Os bracarenses continuam a criticar a arbitragem do jogo com o Sporting.
O SC Braga voltou a tecer duras críticas à arbitragem do jogo contra o Sporting, de domingo, que terminou com um empate a duas bolas. Depois do presidente do clube, António Salvador, ter mostrado o desagrado com a situação logo após a partida, em conferência de imprensa, desta feita foi através de comunicado no site oficial que os minhotos se manifestaram.
Entre outros, o SC Braga pede que seja disponibilizado o áudio do vídeo-árbitro de dois lances, mais precisamente o fora de jogo assinalado antes do remate de Fransérgio aos 47 minutos e a grande penalidade a favor do Sporting no tempo de compensação. O clube bracarense, tal como já tinha feito o presidente, voltou a questionar a nomeação de Carlos Xistra para árbitro do encontro.
“É absolutamente necessário, a bem da credibilidade do futebol português e das suas instituições, que se discuta a razoabilidade da nomeação do mesmo árbitro para todos os jogos disputados pelo SC Braga, em 11 jornadas de Liga, com Benfica, FC Porto e Sporting; É igualmente imperioso que se reflita sobre a prudência, ou falta dela, na nomeação para a função de VAR [Rui Costa] de um árbitro tão publicamente exposto na sequência da sua última atuação perante um dos emblemas contendores, no caso o Sporting.”
A nota termina com o SC Braga a dar conta de que é “imperiosa” uma “profunda reflexão” no futebol português, tecendo ainda duras críticas aos três clubes que “secam e incendeiam o ambiente e que transfiguram outras instituições para “meras figuras decorativas”.
Leia na íntegra o comunicado da SC Braga SAD:
“No seguimento das incidências ao nível da arbitragem do Sporting CP x SC Braga deste domingo e denunciadas pelo Presidente António Salvador, vem a Administração da SC Braga SAD, em função do ensurdecedor ruído das instâncias responsáveis, reforçar os seguintes pontos:
– É absolutamente necessário, a bem da credibilidade do futebol português e das suas instituições, que se discuta a razoabilidade da nomeação do mesmo árbitro para todos os jogos disputados pelo SC Braga, em 11 jornadas de Liga NOS, com SL Benfica, FC Porto e Sporting CP;
– É igualmente imperioso que se reflita sobre a prudência, ou falta dela, na nomeação para a função de VAR de um árbitro tão publicamente exposto na sequência da sua última atuação perante um dos emblemas contendores, no caso o Sporting CP;
– O SC Braga entende ser essencial que se conheçam as consequências do grosseiro erro do árbitro Carlos Xistra quando, ao minuto 47 e ao arrepio de todas as recomendações do Conselho de Arbitragem (CA), apitou no preciso momento do remate de Fransérgio, impedindo, como pede o CA, que tais lances sejam apreciados em colaboração com o VAR. O SC Braga regista que esta é a segunda falha flagrante partilhada por Carlos Xistra e o seu assistente Jorge Cruz na época em curso;
– O SC Braga aguarda, ainda assim, e considerando que não foi prontamente reportada qualquer falha nas comunicações, pela divulgação do áudio entre o árbitro e o VAR no decurso dos 58 segundos que intervalam o momento do remate de Fransérgio e a indicação de Carlos Xistra para que seja retomado o encontro;
– É também premente, em benefício da apregoada transparência, que se conheça o áudio entre o árbitro e o VAR nos 52 segundos entre a decisão de Carlos Xistra de apitar para a marca de penálti ao minuto 90+4 e a conversão do castigo por Bruno Fernandes. Sendo este um lance ao abrigo do protocolo, é fundamental que se perceba que indicação foi dada sobre a evidente infração de Doumbia sobre Ricardo Ferreira no decurso da jogada e o porquê de tal incidente capital nem sequer ter merecido, da parte de Carlos Xistra, o recurso às imagens através do monitor de que dispõe ao nível do relvado;
– O esclarecimento destas questões é absolutamente fulcral e constitui um ponto de honra para o SC Braga. Exigimos respostas, porque é tempo de dizer basta a um futebol que só se explica em função de três clubes, mas se fecha em obscurantismo e opacidade perante todos os outros, calando e consentindo;
– O SC Braga tem sido de uma compreensão extraordinária para com a arbitragem, percebendo a exigência da função e a exposição a que a mesma está sujeita. Este é um momento de análise sobre a postura pela qual o clube se tem pautado, considerando que erros sucessivos em prejuízo do SC Braga se arrastam desde a época passada, conforme foi validado pelo CA em reunião mantida na parte final da última temporada e em que foram expostas falhas flagrantes que resultaram num prejuízo de 10 pontos;
– O SC Braga entende, assim sendo, que é imperiosa uma profunda reflexão sobre o futebol que queremos. E que é fundamental que todos os agentes, desde as mais altas instâncias até aos media, reflitam sobre a hidra de três cabeças em que se transformaram as nossas competições, assoberbadas por três clubes que, com o beneplácito geral, secam e incendeiam o ambiente em seu redor, fazendo de todas as outras instituições meras figuras decorativas de um futebol que pugna por ser referência na Europa e no Mundo;
– O SC Braga questiona-se se valerá a pena o esforço, a dedicação e o investimento feitos ao longo dos anos para que este clube, mesmo com armas tremendamente desiguais, continue a crescer a nível nacional e a orgulhar este País na representação internacional que tem conseguido, dignificando e engrandecendo o futebol que é o nosso e que tanto gostamos de ver reconhecido;
– Perguntamo-nos se vale a pena. Se vale a pena sonhar, se vale a pena apostar nas condições estruturais e humanas que nos permitam chegar lá, se a vale a pena abdicar de tanto em prol de uma ambição, se vale a pena investir. E por muito que tantas questões, como as acima colocadas, nos sugiram que não, é nosso dever e nosso compromisso, em nome da ambição e da paixão dos nossos sócios e adeptos, continuar a trabalhar, com redobrada união de esforços, pelo crescimento do SC Braga. Juntos, os sócios e adeptos deste grande clube continuarão a fazer do SC Braga cada vez maior, reclamando o espaço que tantos nos querem negar, mas que ocuparemos com o mérito do nosso trabalho e da nossa competência.”