Os encarnados empataram a dois golos com o Rangers, em partida da quarta jornada do grupo D da Liga Europa, com uma “exibição fraca, pouco agressiva e com pouca dinâmica", segundo defende o antigo goleador das águias. 

Rui Águas aponta uma falha decisiva na equipa de Jorge Jesus, que se prende com a dupla de meio-campo, que é fundamental e já suscitou inúmeras escolhas por parte do treinador do Benfica. 

“A questão do meio-campo é obrigatória. Nesta fase da época, e olhando à dupla no meio-campo, não há conclusões, nem na nossa opinião, nem na opinião do treinador, nem qual vai ser”, referiu. 

“Com o Rangers, a reação final acaba por alterar o que vimos no geral: uma exibição fraca, com pouca dinâmica, pouco agressiva. Na segunda parte, com o Pizzi, a jogar mais perto da baliza, a versatilidade e técnica do Pizzi fizeram a diferença, com o peso que o miúdo [Gonçalo Ramos] veio acrescentar”, salientou, num programa de debate desportivo no canal 11. 

Numa análise em que começou por esclarecer a frase que proferiu sobre o treinador do Benfica – “Jesus pareceu satisfeito que o rapaz não tivesse dado certo" –, na semana passada, quando o técnico referiu que “esperava mais de Gonçalo Ramos”, Rui Águas reiterou a ideia: Jorge Jesus estava a falar para os seguidores do jovem avançado e não para o próprio Gonçalo, numa tentativa de o estimular.  

“Aquilo que ele disse não foi tanto para o Gonçalo Ramos, foi mais para o rasto de seguidores do Gonçalo Ramos. Foi simplesmente isso que eu disse”, sublinhou.  

Rui Águas referiu ainda que não considera as palavras de Jorge Jesus graves. Apenas considerou que o técnico tinha outro objetivo, na sua mensagem, durante a conferência de imprensa. “Eu disse aquilo não pela gravidade das palavras de Jesus, mas penso que o objetivo foi mais esse”, reiterou. 

E numa análise à prestação do jogador diante do Rangers, ontem, o antigo goleador discordou da opção de colocar Gonçalo Ramos descaído para a direita. 

“Ele entrou bem frente ao Ranger. Fez meio golo. Mais presente no centro é o lugar onde ele pertence e não como eu vi, novamente. Se alguém tiver o trabalho de rever o jogo, verá que ele jogou na direita, na maioria do tempo, completamente fora do seu melhor”, sustentou. 

Por outro lado, pensar em Gonçalo Ramos como um avançado para fazer ligação entre linhas é errado, na opinião de Rui Águas: “Não acho que ele seja um jogador com requinte para fazer esse tipo de ligação entre linhas. Ele é um miúdo finalizador, toque final, cabeceamento, remate, sem grande brilhantismo técnico”. 

Já diante do Paredes, em partida da Taça de Portugal, o jogador “não teve espaço”, porque a equipa jogou com o bloco baixo. “Sem espaço, que o Paredes tirou, explica-se o menor brilho da exibição, que foi uma exibição coletiva fraca”, aponta Rui Águas.