O Bancada recolheu opiniões de nomes conhecidos do futebol português sobre as opções de Fernando Santos
Ausente do Portugal-Chipre por um bom motivo (conquistou nesse dia mais uma Liga dos Campeões com dois golos apontados), Cristiano Ronaldo tem lugar cativo na equipa titular da Seleção Nacional, da qual até é capitão. A menos que um motivo de força maior o impeça, o avançado será titular na viagem à Letónia, no próximo dia 9. No entanto, isso significa que um – ou mais – dos onze que entrou em campo no Estádio António Coimbra da Mota pode passar para o banco de suplentes.
Na goleada por 4-0 submetida à seleção da ilha do Mediterrâneo, Fernando Santos apostou numa frente de ataque a três composta por Bernardo Silva, Nani e André Silva, com Danilo Pereira João Mário e João Moutinho no meio-campo. A defesa, essa, teve como intervenientes Cédric Soares, Luís Neto, José Fonte e Eliseu, com Rui Patrício entre os postes. O Bancada quis saber o que muda com a entrada do astro do Real Madrid e com a mudança de cariz; afinal, a partida com Chipre foi de preparação e o encontro com a Letónia conta para a qualificação para o Mundial 2018, na Rússia.
Daúto Faquirá, antigo treinador de Estoril-Praia ou Vitória de Setúbal, considera que Fernando Santos vai mexer no onze, particularmente no meio-campo. “Não acho que vai ser a mesma equipa. Acho que vai jogar o William no lugar do Danilo, e deve estar acompanhado ou do Adrien ou do João [Moutinho]… Mas deve ser o João, fez dois golos [frente a Chipre]. O João Mário deve ser preterido, presumo eu, pelo momento por que está a passar. Não tem jogado muito no Inter Milão”, disse ao nosso site. Delfim, ex-jogador de Sporting, Boavista e Olympique Marselha, concorda, desta vez, que João Mário deve ficar de fora.
“João Mário, no Sporting, esteve em crescendo, terminou com a conquista do Campeonato da Europa. Com a ida para Itália, infelizmente para ele, apanhou uma equipa, a nível desportivo, numa fase difícil e complicada. Individualmente, não conseguiu acompanhar aquilo que tinha feito anteriormente”, referiu ao Bancada. Já quanto a Cristiano Ronaldo, o antigo médio não tem dúvidas e diz que joga, mas sem arriscar adivinhar quem sai para lhe dar lugar. “Indiscutivelmente, Ronaldo encaixará no onze face ao grau de dificuldade que este jogo trará em comparação com o último jogo de preparação. Não sei como é que Fernando Santos estará a estudar a equipa adversária, mas será com Ronaldo, certamente. Quem sairá, concretamente, não sei, porque são jogos distintos”, contou.
Faquirá previu ainda uma possível mudança de formação, “de 4x3x3 [com o Chipre] para 4x4x2 ou 4x2x4”, admitindo ainda que, com três médios, também pode funcionar bem. “Nós temos um meio-campo muito equlibrado e acredito que o Fernando vá ao encontro do momento dos jogadores. Até pode ser o próprio Adrien ao lado do William, como Bernardo [Silva] na direita, o Nani na esquerda e dois avançados: o André [Silva] mais fixo, numa posição de referência, e o Cristiano mais solto. Pode também partir com três médios, com o Bernardo Silva pela direita e o Cristiano na esquerda, no apoio ao avançado. Quando o Cristiano jogar em zonas mais interiores, seria Moutinho, que jogaria ao lado de Adrien e William, a compensar do lado esquerdo. Não conheço a equipa da Letónia como o Fernando, mas penso que vai recair sobre uma destas duas opções”, frisou.
Na defesa, o técnico de 51 anos defende que “vai voltar o Raphaël Guerreiro na esquerda, o Nélson [Semedo] na direita, e os dois centrais devem ser o Pepe – se estiver em condições – e o José Fonte”.
Delfim, por fim, destacou a vertente física e a gestão que Fernando Santos terá de fazer. “Agora é a doer, e Portugal precisa de pontos, mas não sei o que vai na cabeça do nosso selecionador e só ele sabe o estado físico de cada atleta, porque não esqueçamos que estamos no fim de uma época extremamente exigente. É uma gestão muito particular, esta do Fernando Santos”, concluiu.