O guarda-redes do Desportivo de Chaves concedeu uma entrevista ao jornal O Jogo, onde fala da luta contra o cancro, que venceu, e das memórias que ficam, algumas delas boas, não obstante a dificuldade de uma batalha com esta dimensão.

Nesta conversa, Ricardo fala do medo que sentia em passar perto do IPO, ainda antes de ser diagnosticado o cancro no joelho, pede para que se destaque um agradecimento – “a doutora Matilde, o meu anjo da guarda” – e recorda uma visita especial.

Quando confrontado com as manifestações que o sensibilizaram, lembra a família, naturalmente, que “foi excecional”. E recorda uma visita que o surpreendeu.

“Recebi uma visita no IPO que me emocionou bastante e me deixou comovido, que foi a de Pinto da Costa. Não sei se ele vai ficar chateado por eu ter contado, acho que não, mas fiquei extremamente comovido. Não estava à espera”, revela.

Ricardo passou um ano no FC Porto. Tem noção de que “não marcou o clube”. Mas o presidente do emblema azul e branco disse-lhe que “às vezes há pessoas que passam menos tempo e marcam mais do que outras que passam lá mais anos”.

Nesta entrevista, Ricardo recorda ainda o modo como teve de proteger os filhos daquele momento difícil. E demonstra gratidão, pedindo desculpa por não ter tido a oportunidade de responder a todas as mensagens de apoio que recebeu.

Dedica ainda uma palavra de apreço aos profissionais do IPO, a alma daquele edifício assustador.

“’Cancro’ é uma palavra muito forte. Vou confessar uma coisa: eu antigamente passava em frente ao IPO e assustava-me”, revela.

Teve de entrar nas portas do instituto e perdeu o medo, graças à onda de “solidariedade” dos profissionais, pessoas “fantásticas, amáveis, carinhosas”.

Ricardo está de volta à competição. O Desportivo de Chaves informou, nesta segunda-feira, que o capitão de equipa está de regresso aos relvados, depois de estar afastado nos últimos meses para lutar contra um problema oncológico, que uniu o país do futebol.