Portugal
"Querem fazer de nós atrasados mentais. Isto enerva", diz ex-vice do Benfica
2021-02-19 11:30:00
Encarnados desagradados com arbitragens no campeonato

O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol transmitiu algumas recomendações aos árbitros no âmbito da 2.ª Ação de Reciclagem e Avaliação da presente temporada.

Entre as recomendações, os árbitros terão sido informados de que lances como o de Luis Díaz, que levou à lesão de David Carmo, no recente embate para a Taça de Portugal entre SC Braga e FC Porto, no futuro próximo não será passível de punição, embora, o lance avaliado por Luís Godinho tenha merecido concordância por parte do órgão federativo.

Na mesma 'Ação de Reciclagem e Avaliação', o CA pediu aos árbitros mais controlo em relação aos elementos no banco de suplentes e recomendou que as consultas ao videoárbitro demorem o tempo que for necessário.

O ex-vice-presidente do Benfica, José Manuel Capristano, lamenta a forma como a arbitragem tem sido conduzida no 'reinado' de Fontelas Gomes, destacando que a experiência do agora líder do setor foi adquirida no "futebol de praia", ao contrário do presidente da Liga, Pedro Proença, que Capristano não percebe como está na Liga e não, por exemplo, ligado à arbitragem.

Atualmente, o diretor técnico do International Football Association Board (IFAB), David Elleray, é também consultor do Conselho de Arbitragem para a área da videoarbitragem e tem passado indicações aos árbitros sobre lances que vão ocorrendo no campeonato.

Na última semana, o Benfica queixou-se de duas grandes penalidades que não foram assinaladas uma sobre Weigl e outra sobre o belga Jan Vertonghen frente ao Moreirense.

O Benfica já disse que vai apresentar uma “exposição detalhada” ao Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol sobre “todos os lances que envolvem jogos” dos encarnados “e de outros”.

Para José Manuel Capristano, até ao momento, as justificações que têm sido conhecidas por parte do organismo tutelado por Fontelas Gomes não servem.

"Querem fazer de nós atrasados mentais e eu não sou", disse José Manuel Capristano, dizendo que as arbitragens têm sido fáceis de entender e perceber.

Na CMTV, o ex-dirigente do Benfica diz que "isto enerva" e as arbitragens que se têm verificado nos jogos do campeonato são de "terceiro, quarto e quinto mundo".

Na sequência do último jogo do campeonato, o Benfica tinha deixado também algumas questões relativamente a lances que ocorreram no encontro de domingo, com o Moreirense (1-1), para a I Liga, nomeadamente duas grandes penalidades, que, segundo o emblema lisboeta, ficaram por assinalar sobre Weigl e Vertonghen no segundo tempo.

Isto até porque o Benfica suspeita que o árbitro não teve acesso a todas as imagens do VAR. “Por que razão, tendo sido assinalado um penálti sobre o jogador Weigl - uma decisão consonante entre árbitro e assistente -, decidiu o VAR [videoárbitro] intervir, apesar de não ter havido um erro factual, objetivo e evidente, tal como justifica o protocolo”, interrogou o Benfica, prosseguindo.

Neste lance, os encarnados questionam se “as imagens mostradas ao árbitro, para apreciação do lance em que assinala penálti sobre Weigl, incluíram o ângulo da câmara de baliza e de topo, que revelam, de forma evidente, o toque no pé do jogador do Benfica”. Não tendo as imagens sido facultadas ao árbitro Manuel Oliveira, o Benfica pergunta “por que razão foram sonegadas”.