Portugal
“Quando se faz batota no futebol, perde-se a honra”, garante Jorge Coroado
2020-03-30 22:25:00
O ex-árbitro condena quem vai contra os princípios da verdade desportiva

O antigo árbitro, Jorge Coroado, criticou os comportamentos das pessoas ligadas ao futebol português.

Em artigo de opinião publicado no jornal ‘O Jogo’, o homem de 63 anos criticou quem faz “batota” no mundo do futebol, fazendo uma alusão ao facto de o Benfica ter anunciado, na semana passada, a desistência da oferta pública de aquisição (OPA).

“O sistema opressivo do capitalismo desenfreado, sem regras nem rigor, deu origem a crimes e marginais económicos. Quando se faz batota no póquer, na vida ou no futebol, perde-se a honra e o júbilo que se sente quando se ganha”, afirmou Jorge Coroado.

“Em última análise, é connosco que fazemos batota, privando-nos a nós próprios do maior prazer que existe na vida: vencer a outra parte com toda a lisura”, acrescentou.

Ao mesmo tempo, Jorge Coroado condena quem “apregoa o interesse na verdade desportiva” para depois ir contra esses princípios.

“Envolto numa conversa que soa muito bem, apregoa o que faz no interesse da verdade desportiva, da igualdade competitiva, o cidadão comum tem dificuldade a perceber que aquilo nada tem a ver com equilíbrio, mas sim com o poder”, indicou.

Finalmente, o ex-árbitro critica os “renegados” que andam a “vender armas aos índios”, numa referência ao mal funcionamento da Justiça portuguesa.

“Vivemos num país onde o sistema judicial dá exemplos de subjetiva honestidade e independência. Na verdade, há uns quantos renegados que andam por aí a vender armas aos índios…”, rematou.