A PSP está a cortar no policiamento aos jogos de futebol e está a informar os clubes que devem assumir essa tarefa, apelando à sensibilidade dos emblemas e dos seus adeptos, de acordo com o Jornal de Notícias.
Alexandre Coimbra, porta-voz da Direção Nacional da PSP, explica que na base desta decisão não está o pagamento deste serviço ou a eventual falta de efetivos.
"Nem uma coisa, nem outra. O que está aqui em causa é o cumprimento do que está estabelecido num decreto de lei de 2012, que regula o regime de policiamento de espetáculos desportivos, ou seja, apenas nas ligas profissionais é obrigatório o policiamento assegurado pelas forças de segurança", revela este responsável da PSP.
A autoridade policial sublinha que "em todos os outros casos, essa obrigatoriedade não se impõe".
Em declarações à Renascença, Alexandre Coimbra sustenta que em casos específicos o policiamento pode ser analisado.
"A PSP informou que em jogos em que os antecedentes, ou a posição na tabela, ou de outros problemas, pode fornecer o policiamento de acordo com a análise de risco que faz."
Questionado sobre a imprevisibilidade que a violência assume, por vezes, em determinados jogos, o porta-voz da PSP diz que essa "não é uma responsabilidade" da polícia e lembra as obrigações dos clubes.
"Há recintos desportivos que não têm licenciamento, que não têm o regulamento de prevenção à violência aprovado, e outras falhas estruturais que não compete à PSP colmatar. Os clubes têm de cumprir os requisitos para cumprir a lei."
Alexandre Coimbra lembra que a lei explica que compete aos próprios promotores dos jogos garantir as condições de segurança para esses jogos e recusa responsabilidades em eventuais episódios de violência.
"A PSP não pode ser responsabilizada, porque a lei não obriga a que haja policiamento, nem a requisição de policiamento. Existem centenas de jogos todos os fim de semana que não têm policiamento obrigatório que os clubes não requisitam, e não acontece nada", explicou à Renascença.
No passado final de semana, a polícia viu-se forçada a entrar em ação para evitar confrontos num jogo da distrital do Porto entre Ermesinde e São Pedro da Cova.