O julgamento do processo E-Toupeira, que tem como principal arguido o advogado Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, vai arrancar a 15 setembro, no tribunal judicial da Comarca de Lisboa, estando já marcadas sessões até ao dia 3 de novembro, avançou esta noite o Porto Canal.

Para além de Paulo Gonçalves, vão responder em tribunal dois funcionários judiciais, José Augusto Silva e Júlio Loureiro. De acordo com a acusação do Ministério Público, os arguidos montaram um esquema para favorecer o Benfica, que pagava favores de forma a obter informação em segredo de justiça. A SAD do Benfica não foi pronunciada.

Ainda segundo o Ministério Público, José Augusto Silva e Júlio Loureiro, dos tribunais de Fafe e Guimarães, consultaram pelo menos 21 processos através do Citius, o sistema informático que gere os tribunais, utilizando para isso as passwords da procuradora Ana Paula Vitorino.

O despacho de acusação refere que Augusto Silva, funcionário judicial especializado em informática que estava colocado no Tribunal de Guimarães, passava informação a Paulo Gonçalves, então assessor jurídico do Benfica, recebendo como contrapartida bilhetes para jogos, lugares no estacionamento no estádio da Luz e camisolas e fotografias com jogadores do Benfica.

Sempre com base na tese do Ministério Público, Augusto Silva era auxiliado por Júlio Loureiro, oficial de justiça e ex-observador de árbitros. Na fase de instrução, a juíza Ana Peres decidiu não pronunciar Júlio Loureiro, mas após recursos o Supremo confirmou que terá de responder em tribunal, pelo crime de corrupção passiva.