Benfica vai também pedir a reabertura do processo Apito Dourado e acusa Bruno de Carvalho de “tráfego de influências”
O Benfica vai avançar com um processo-crime contra Pinto da Costa e a administração da SAD do FC Porto, anunciou esta sexta-feira o diretor de comunicação dos encarnados, Luís Bernardo, à BTV, referindo que o Benfica “tem as portas abertas” a qualquer investigação que queira ser feita sobre o caso dos emails. Esta foi a primeira reação do clube da Luz ao caso dos emails revelados pelo FC Porto e que implicam o clube encarnado num esquema que envolve a arbitragem portuguesa, assunto que entretanto está a ser investigado pelo Ministério Público e pelo Conselho de Disciplina da FPF.
Luís Bernardo referiu ainda que os emails, que “não comprometem o Benfica”, foram recolhidos através de “pirataria informática”, não confirmando, no entanto, que o FC Porto tivesse pago a hackers para obter a informação, e confirmou que o clube pedirá a reabertura do processo Apito Dourado. “Vamos fazer uma requisição para a reabertura do processo Apito Dourado. As pessoas que estiveram ligadas a esse caso continuam envolvidas nos eventos que têm marcado o desporto no último ano e meio”.
O diretor de comunicação do clube da Luz, defendeu ainda que, ao contrário do Benfica, o FC Porto e o Sporting passam por momentos conturbados. “Esta é uma tentativa desesperada de desviar as atenções e de condicionar o início da época”, afirmou Luís Bernardo.
Questionado sob o alegado “domínio” que o Benfica tem no futebol português, Luís Bernardo lembrou que “Pedro Proença e o presidente do Conselho de Arbitragem foram eleitos com o apoio do FC Porto e Sporting e o presidente da federação [Fernando Gomes] foi administrador do FC Porto”.
Revelando não quer comentar muito mais o caso dos emails – “A partir de agora serão os advogados do Benfica que falarão, nós estaremos concentrados na preparação da época” – Luís Bernardo diz, no entanto, que uma análise feita pelos próprios responsáveis da Luz permitiu concluir que houve uma violação do sistema informático do clube, negando que os emails resultem de uma “toupeira”. “Isto não é bom nem para o Benfica, nem para o futebol português”, afirmou o diretor encarnado.
Luís Bernardo acusou ainda Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, de ter já um contrato de trabalho com os dragões quando ainda era editor na agência Lusa. “É uma demonstração da gravidade”, disse, garantindo que o clube tem “informações graves” mas que as fará chegar ao Ministério Público. “Nunca o faremos na Benfica TV”, disse. “O Benfica tem muita informação, pode utilizá-la”, acrescentou.
Também o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, não ficou sem resposta, com o Benfica a acusar o presidente do Sporting de tráfego de influências. “Foi pública a declaração de Bruno de Carvalho num encontro com jornalistas onde gabou-se de afastar Vítor Pereira da UEFA e de ter escolhido o atual presidente da Liga, Pedro Proença. Isso sim figura um tráfico de influências e o Benfica vai abrir o devido procedimento para que a situação seja investigada”.