Portugal
Golo de Ronaldo nos descontos não é validado e Portugal empata
2021-03-27 21:35:00
Seleção nacional desperdiça vantagem e já nos descontos vê árbitro ignorar bola dentro da baliza

Portugal empatou hoje 2-2 com a Sérvia, após desperdiçar uma vantagem de dois golos, em Belgrado, num encontro da segunda jornada do Grupo A do apuramento para o Mundial2022 de futebol que ficou marcado por um final polémico.

Depois de na quarta-feira se ter estreado, em Turim, Itália, com um triunfo tangencial sobre o Azerbaijão, por 1-0, Portugal parecia bem encaminhado para somar mais três pontos no agrupamento, face ao ‘bis’ da ‘cabeça’ de Diogo Jota, aos 11 e 36 minutos. O jogador do Liverpool anotou o quinto golo na seleção ‘AA’, em 11 partidas.

Contudo, no segundo tempo, a equipa das ‘quinas’ protagonizou uma exibição aquém do esperado e pagou caro, com golos de Aleksandar Mitrovic, aos 46, e Filip Kostic, aos 60.

Já sobre o final dos descontos, período em que a Sérvia ficou reduzida a 10, por expulsão de Milenkovic, Cristiano Ronaldo ainda conseguiu introduzir a bola na baliza contrária, mas, sem ajuda tecnológica, a equipa de arbitragem não viu assim o lance.

Com esta igualdade, Sérvia e Portugal, que se tinham estreado na quarta-feira com triunfos, ante República da Irlanda (3-2) e Azerbaijão (1-0), respetivamente, dividem, agora, o topo do agrupamento, com quatro pontos.

No encontro em que completou o jogo 1.000 como treinador principal, Fernando Santos mudou mais de meia equipa, mais concretamente seis jogadores, mas a alteração que saltou mais à vista foi a inclusão de Sérgio Oliveira no 'onze'.

De resto, o experiente central José Fonte e o lateral Cédric ocuparam os lugares de Domingos Duarte e Nuno Mendes, enquanto no meio-campo Danilo ‘saltou’ da bancada, face ao jogo com os azeris, para assumiu o lugar do indisponível João Moutinho.

Bruno Fernandes e Diogo Jota completaram o leque de novidades, relegando Pedro Neto e André Silva para o banco de suplentes.

A equipa das ‘quinas’ sabia, de antemão, que o sétimo jogo entre os dois conjuntos seria, muito provavelmente, o mais complicado de toda a qualificação, mesmo que os sérvios nunca tenham batido os lusos.

Se em Turim, a equipa lusa esteve desinspirada e pecou na eficácia, na capital da Sérvia, não precisou de muitas chances para se colocar confortável no Estádio Rajko Mitic, já depois de ter dado o primeiro aviso, aos oito minutos, quando Bernardo Silva cruzou atrasado para Cristiano Ronaldo atirar por cima da baliza.

O avançado do Manchester City, que hoje atuou como extremo, ao contrário do que aconteceu em Itália, voltaria a exibir-se no capítulo do passe decisivo – 14.º por Portugal -, desta vez para colocar a bola nas costas do central Nikola Milenkovic e esperar que Diogo Jota batesse, de cabeça, Dmitrovic, com apenas 11 minutos decorridos.

A cumprir o segundo jogo ao leme da seleção das Balcãs, Dragan Stojkovic não podia apontar falta de agressividade e de atitude à sua equipa, que, apesar de não ter efetuado nenhum remate perigoso, conseguia com relativa facilidade encostar Portugal às ‘cordas’, principalmente através de investidas pelo lado direito do ataque, colocando em apuros João Cancelo.

A Sérvia ressentia-se da ‘ausência’ do virtuoso Dusan Tadic, bem anulado por Danilo no último terço do ataque, e foi em mais um lance pela direta que a equipa das ‘quinas’ dilatou a vantagem, novamente pela cabeça de Diogo Jota, ainda com a bola a desviar no poste.

Num lance protagonizado por duas das seis novidades no ‘onze’, Cédric obteve a primeira assistência de ‘quinas’ ao peito, ao colocar bola no avançado do Liverpool, que voltou a levar a melhor sobre o mal posicionado Milenkovic, aos 36 minutos.

Ao intervalo, Fernando Santos tinha razões para estar satisfeito, mas, ainda mal tinha iniciado a segunda parte, e já a Sérvia tinha reduzido, pelo suspeito do costume, Aleksandar Mitrovic, a passe do recém-entrado Nemanja Radonjic, beneficiado da passividade do desatento Cancelo.

O ponta de lança dos ingleses do Fulham, além de ter apontado o 16.º golo em 15 encontros pela Sérvia, tornou-se no melhor marcador da história daquele país da Balcãs, agora com 39 golos, ultrapassando a cifra do falecido Stjepan Bobek.

O golo ‘ressuscitou’ os sérvios e o que parecia difícil de acontecer, dada a experiência lusa, foi uma questão de minutos, após dois avisos. Primeiro, um belo remate de Tadic obrigou Anthony Lopes a aplicar-se, depois, Milinkovic-Savic cabeceou ao primeiro poste, levando a bola a rasar o ferro.

Nemanja Radonjic foi a aposta certa da antiga lenda Jugoslávia, que voltou a tornar-se determinante, agora numa transição executada de forma sublime, apanhando toda a defensiva portuguesa sem ‘pernas’ para impedir o golo de Filip Kostic, aos 60 minutos - não marcava pela seleção desde 2016.

As entradas de Nuno Mendes e Renato Sanches, para as saídas do ‘trepidante’ João Cancelo e do ‘desaparecido’ Sérgio Oliveira, titular pela primeira vez com a camisola das ‘quinas’ em jogos oficiais, ajudaram a equilibrar a equipa e a segurar o meio-campo.

Em cima do apito final, e já com Portugal em superioridade numérica, face ao vermelho direto exibido a Nikola Milenkovic (90+2), o lateral do Sporting cruzou largo para Cristiano Ronaldo enviar a bola para a baliza deserta. O ex-Benfica B Stefan Mitrovic ainda cortou, mas já depois da linha, o que nenhum elemento da equipa de arbitragem conseguiu ver.

O capitão das 'quinas' não conteve a frustração e acabou por protestar veemente com o árbitro auxiliar, antes de atirar a braçadeira para o relvado do Marakana, o que lhe valeu um amarelo. Antes Bruno Fernandes também foi admoestado e falha o Luxemburgo.