Portugal
"Polémica teremos sempre enquanto houver programas com cartilheiros"
2021-08-04 22:30:00
Pinto da Costa critica quem nunca vê o futebol pelo lado positivo e inventa casos quando estes não existem

O episódio de hoje da série documental ‘Ironias do Destino’, emitida pelo Porto Canal, foi dedicado à época 2018/19, com um título do Benfica, a célebre 'Reconquista', cujo mérito Pinto da Costa não reconhece. 

“A época de 2019 foi para esquecer, no que diz respeito à arbitragem. Ficou célebre pelas histórias dos emails, em que os árbitros eram tratados por padres. E houve dois jogos que influenciaram o campeonato”, afirma o dirigente.

Em causa, segundo o líder do FC Porto, um Feirense-Benfica e um Rio Ave-Benfica, duas partidas que o conjunto então treinado por Bruno Lage venceu. “Na visita do Benfica à Vila da Feira, em que o VAR foi o Bruno Paixão (felizmente, já deixou a arbitragem), houve influência no resultado. Depois, houve um jogo no Rio Ave, dirigido por Hugo Miguel, que foi demasiadamente mau”, diz.  

“O Benfica ganhou, mas houve um penálti a favor do Rio Ave que não foi marcado. E na sequência dessa jogada, há um fora de jogo que todos puderam comprovar. O Benfica marcou e venceu o jogo. Foram momentos infelizes da arbitragem com influência decisiva”, critica Pinto da Costa. 

Apesar desta controvérsia que o próprio dirigente faz questão de trazer à atualidade, Pinto da Costa encontra outros culpados para a polémica em torno da arbitragem, que marca quase todos os campeonatos.

“Polémica na arbitragem teremos sempre enquanto houver programas com cartilheiros que algumas televisões têm. Eles não sabem falar de mais nada, não sabem falar de futebol, não sabem falar do lado positivo... Se não houver casos, eles inventam-nos", lamenta. 

Num olhar à caminhada europeia do FC Porto em 2018/19, Pinto da Costa destaca o azar no sorteio: os dragões passaram com distinção até defrontarem “a equipa que ganhava a toda a gente”.  

“A nossa equipa estava bem, chegámos aos quartos de final da Liga dos Campeões e, tal como aconteceu na presente época, fomos eliminados pela equipa que viria a sagrar-se campeã europeia”, lembra o dirigente portista. 

“O Liverpool, na altura, era, de facto, a melhor equipa da Europa. Mas demos muita luta, numa época positiva”, afirma. 

Pinto da Costa recorda a eliminatória com a Roma, antes de chegar o Liverpool, que a equipa portuguesa “venceu bem”, apesar da força da formação transalpina, reconhecida na altura, e de algum pessimismo da família portista, aquando do sorteio. 

“No sorteio, quando saiu a Roma, toda a gente ficou preocupada. E eu disse: ‘Tenho pena, porque gostava que a Roma seguisse, mas vai ficar pelo caminho’. Vencemos, vencemos bem e a própria Roma reconheceu a nossa superioridade. Foi uma época em que a equipa esteve bem e apenas por imponderáveis e por azar do sorteio não fomos mais longe. O Liverpool, na altura, ganhava a toda a gente. E foi campeão”, conclui Pinto da Costa.