Portugal
"Pinto da Costa não tem o direito de me usar", reage Carlos Pereira
2020-05-24 10:50:00
Em causa a diferença nas decisões para os campeonatos profissionais

Carlos Pereira deixou uma palavra ao homólogo do FC Porto, Pinto da Costa, após um desacordo entre os dois na última reunião de presidentes da I Liga, em causa devido ao dirigente do Marítimo ter considerado uma “traição” a reunião entre os líderes dos três grandes, os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e LPFP e ainda o primeiro-ministro, em 28 de abril.

“Não percebo onde está a ofensa, mas percebo se dá jeito, e foi isso que eu disse, nesta altura, não reunir com o Benfica e com o Sporting, tem todo o direito de o fazer. Não tem é o direito de me usar para não estar em reuniões que foram aconselhadas a serem feitas, porque a posição tomada para a II Liga dá muito jeito à I Liga, mas, infelizmente, não vou ser campeão, não tenho interesse direto nisso, por isso, que me perdoe o meu amigo Jorge Nuno Pinto da Costa, mas vou ser igual ao que sempre fui”, afirmou o presidente do Marítimo.

O dirigente falava para manifestar estar contra o desfecho diferente traçado para I e II Ligas e que os clubes do segundo escalão não contestaram devido ao apoio financeiro.

A I Liga vai regressar, em 03 de junho, para se disputar as últimas 10 jornadas, enquanto a II Liga foi cancelada, após ambas terem estado paradas, devido à pandemia de covid-19.

“Se parasse a I e a II Ligas e se considerássemos o ‘ano zero’, com subidas e descidas administrativas ou sem subidas e descidas administrativas, eu estava plenamente de acordo. Agora não posso ter duas competições profissionais em que numa desce desportivamente e noutra sobe administrativamente, sem ter que disputar as últimas 10 jornadas”, defendeu, em declarações à RTP-Madeira.

O dirigente ‘verde rubro’ acrescentou que o apoio que as equipas da II Liga receberam condicionou a posição desses mesmos clubes nesta contestação.

“O que não há direito é que os clubes que já não disputavam praticamente nada, a troco de uns patacos, tenham cedido a não fazer esta contestação. É um direito que lhes assistia, mas, às vezes, as dificuldades financeiras que estão em cima de cada um os obriga a estarem calados e a prepararem a próxima época de uma forma diferente, sustentando o que os míseros 180 mil euros lhes proporciona para a próxima época. É por isto que o futebol não pode viver assim”, comentou.

A impugnação do Marítimo ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), em 15 de maio, sobre a suspensão definitiva da II Liga, trata-se de uma queixa à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), à qual considera haver uma “liderança fraca”, além de uma “navegação à vista” e não uma ação contra Nacional e Farense, os dois primeiros classificados, garantiu Carlos Pereira.

“Daqueles que são os 149 artigos, para alterar foram escolhidos quatro para criar uma revolta entre Marítimo e Nacional, quando não tem nada de verdade, muito menos com o meu amigo João Rodrigues, [presidente] do Farense. Não queremos alterar por alterar. Queremos alterar para dar confiança ao que será o novo modelo de governação e a nova Comissão Executiva da própria Liga”, afirmou o presidente maritimista.