Especialistas do Casos acreditam que vídeo-árbitro será uma ajuda importante
Os árbitros assistentes erram mais a favor da defesa (71%) do que do ataque (29%). A conclusão do estudo feito pelo Bancada levou-nos a consultar alguns especialistas em arbitragem.
Para o painel de ex-árbitros do Casos.pt, estes números mostram uma postura defensiva dos árbitros assistentes. “É uma defesa dos próprios assistentes, para que não haja um golo que os comprometa. Há assistentes que preferem anular a jogada à nascença, antes que prossiga e possa, eventualmente, dar golo”, explica Pinto Correia, mostrando-se pouco surpreendido com estes valores.
Para António Marçal, que assumiu a sua surpresa perante as conclusões deste estudo, o número de erros a favor da defesa “é um pouco exagerado”. “Se temos dados concretos sobre isto, há que rever algo. Os assistentes estão a contrariar as instruções do próprio Internacional Board”, alertou.
Veiga Trigo apontou a solução para o problema: “Quando começarem os cursos, têm de alertar os assistentes para o facto de não estarem a cumprir o que está estipulado na lei de jogo”. “Eles têm instrução para, em caso de dúvida, deixar seguir a jogada”, garante.
Vídeo-árbitro vai ser ajuda?
A existência de vídeo-árbitro, na próxima temporada, pode levar os árbitros assistentes a assinalarem menos foras-de-jogo, sabendo que, caso a jogada dê golo, o lance (e o possível fora-de-jogo) será revisto e, eventualmente, corrigido. De outra forma, pode dizer-se que os árbitros assistentes poderão assumir o risco de não assinalar um possível fora-de-jogo, fazendo-o, ainda assim, num risco calculado e suportado pela ajuda do vídeo-árbitro.
Para o painel do Casos, esta teoria tem total cabimento. “Eles [árbitros assistentes] vão arriscar mais e tentar deixar jogar mais vezes”, defende Pinto Correia, numa lógica corroborada por Veiga Trigo: “Claro que sim, [vídeo-árbitro] vai ajudar a contrariar esta tendência mostrada pelo estudo”.
Já António Marçal mostrou-se mais reticente quanto à influência do vídeo-árbitro, assumindo, ainda assim, que o facto de poder haver revisão do lance pode levar os assistentes a deixar jogar mais e, dessa forma, ”ajudar a contrariar esta percentagem de erros a favor da defesa”.