Portugal
"Paulinho é caríssimo, o Sporting depositou muitas esperanças e euros"
2021-04-24 18:40:00
Pedro Henriques afirma que o líder do campeonato está a acusar a pressão e aposta que o FC Porto será campeão

A quebra de rendimento do líder Sporting, que cedeu três empates nas últimas quatro jornadas, vendo o FC Porto reduzir a distância de dez para quatro pontos de avanço, fez relançar a discussão sobre Paulinho, o reforço mais caro na história do clube de Alvalade. Com os leões a prepararem a visita ao SC Braga, o anterior clube do avançado, as dúvidas sobre Paulinho aumentaram de tom.

Para o antigo jogador Pedro Henriques, o internacional português é a prova mais visível de que o Sporting começou a acusar a pressão, depois da vantagem de dez pontos ter alimentado os sonhos de recuperar um titulo que foge desde 2002. Uma vantagem que diminuiu, ao mesmo tempo que fazia aumentar a pressão sobre o plantel orientado por Rúben Amorim, que sempre se recusou a assumir a candidatura.

"Se o Sporting tivesse mantido os dez pontos de avanço, se calhar não falhava os golos que está a falhar [por causa da pressão]. O Paulinho está mais pressionado para finalizar, porque precisa de marcar golos, o Sporting depositou muitas esperanças e muitos euros. É um jogador caríssimo e há essa pressão", sustentou o ex-defesa de Benfica e FC Porto (entre outros clubes), num comentário para os Titulares, da SportTV.

Entre parte dos adeptos do Sporting, vai crescendo a ideia de que a aposta em Paulinho tem prejudicado a equipa. Pedro Henriques olha pelo outro lado: não trouxe "vantagens" à forma de jogar dos leões. "É estranha a questão do Nuno Santos, porque quando entra cria impacto. Quando ele jogava, com o Pedro Gonçalves à direita, o Sporting tinha uma forma de jogar que era difícil de contrariar. Entra o Paulinho... Com todo o respeito pelo SC Braga, uma coisa é jogar no SC Braga e outra é jogar no Sporting. Não é por causa da responsabilidade, é porque os adversários jogam de forma diferente. Tem de se adaptar à forma como o vão encarar", acrescentou.

O Sporting começa a mostrar "falta de frescura", porque "jogam sempre os mesmos". Ao mesmo tempo, o segundo classificado soma sete vitórias consecutivas e aproveitou os três empates dos leões nos últimos quatro jogos para encurtar a distância e... aumentar a pressão. "Ou o Sporting afina rapidamente ou tenho muitas dúvidas que aguente a pressão até ao fim. Acho que o FC Porto vai chegar à frente e no fim estará no topo da montanha, porque o Sporting está numa fase descendente e o FC Porto está forte", explicou.

Fora das contas do título está já o Benfica. Não por causa da desvantagem pontual (seis para o FC Porto e dez para o Sporting), mas pela falta de consistência exibicional, segundo Pedro Henriques. "Com o Benfica, de uma semana para a outra, não se sabe o que vai acontecer. Uma equipa grande que não pressiona constantemente os adversários, que não condiciona o jogo deles e que não varia a forma de atacar torna-se previsível. Se recordarmos o investimento que o Benfica faz, no treinador e no plantel, e as condições que tem, era de esperar mais e melhor", reforçou.

Um Benfica que ainda vai receber o FC Porto (31.ª jornada) e Sporting (33.ª). A propósito do confronto entre águias e dragões, que representou enquanto jogador, Pedro Henriques salientou que os portistas não têm sido tão dominadores nos confrontos diretos com os dois rivais de Lisboa como em épocas recentes. "O FC Porto tem mais dificuldade nos jogos com o Sporting do que com o Benfica. Para o Benfica, o jogo com o FC Porto é muito importante, para os jogadores do FC Porto o jogo com o Benfica é de vida ou de morte. Isso nota-se dentro do campo, na intensidade, no foco. Depois do que vi o Benfica fazer no Dragão já é mais difícil de prever", concluiu.