No adeus ao Paços de Ferreira, Pepa não quis levantar a 'ponta do véu' sobre o clube que irá orientar na próxima temporada, depois de o seu nome ter sido apontado ao Vitória e até ao FC Porto. Pepa diz que agora é tempo de parar um pouco, estar com a família e em breve se saberá para onde vai. Pelo meio, deixou uma lição na forma como encara a profissão, muitas vezes instável e dependente dos resultados desportivos.

"Agora é descansar e ir para casa, porque foram dois anos muito desgastantes (…) com poucas férias, ou seja, um desgaste tremendo. Agora o que tiver de acontecer, acontece, como tem acontecido com naturalidade sem atropelar ninguém, sem pressas, dar um passinho para a frente e, às vezes, se tiver de ser para o lado é, para trás é que não convém", afirmou Pepa.

O fim da caminhada de Pepa no Paços de Ferreira decorreu em Tondela, clube pelo qual passou. "Há aqui uma coincidência muito engraçada. Estou a despedir-me numa casa que me diz muito, foram três anos aqui fantásticos e dois em Paços onde chegámos numa situação difícil, em último lugar, e com a ajuda da direção e, acima de tudo, dos jogadores, fizemos uma recuperação muito boa".

De Paços de Ferreira, Pepa admite que sai com "um sentimento de dever realizado, de ter ajudado o clube". "O clube ajudou-me muito, os jogadores inexcedíveis em tudo e fica isso, fica essa sensação um pouco esquisita, mas saio com uma palavra de gratidão e sei que as portas ficam abertas."

Na conferência de imprensa, Pepa esclareceu ainda que sai feliz mas "emocionado" da Mata Real. "Parece que estou triste, mas não estou triste, estou emocionado."

Em relação ao jogo de Tondela, Pepa destaca o comportamento dos seus jogadores. “Nos 90 minutos tivemos mais oportunidades, estivemos confortáveis no jogo e acima de tudo com alegria a jogar e a saber exatamente, na segunda parte, onde anular o Tondela, que nos estava a criar problemas na primeira parte."

Em relação ao recorde das 15 vitórias no Paços de Ferreira, o treinador diz que isso "fica para a história". "Não é nada que nos preocupa, porque se não o foco desvia-se do que interessa e o que interessa é sermos competentes dentro de campo e tudo o que vier depois é por acréscimo."