Portugal
"Outros cometem erros por mim e pelos treinadores e nós é que vamos para casa"
2021-03-08 18:30:00
Treinador António Folha expulso após golo anulado ao FC Porto B nos instantes finais

O FC Porto voltou a queixar-se das arbitragens nos encontros da formação secundária, depois do treinador, António Folha, ter sido expulso nos instantes finais da partida com o Casa Pia (1-1), para a 23.ª jornada da II Liga, na sequência de protestos devido a um golo anulado aos dragões.

Folha deu voz à revolta azul e branca, frisando que “têm acontecido lances que têm penalizado muito” o FC Porto B e pedindo que o videoárbitro (VAR) seja implementado na II Liga.

“Acho interessante muita gente falar do VAR. Acho muito urgente, muito urgente, gastar algum dinheiro (porque temos muito, o futebol gere muito dinheiro) e pensarmos em pôr o VAR em todos os campeonatos”, afirmou.

Com o VAR, “pelo menos toda a gente vê, verdadeiramente”, os erros da arbitragem, considerou Folha, realçando que os treinadores são penalizados quando erram, algo que não acontece com os árbitros.

“Acho importante isso. Fui penalizado, expulso, cometo erros e vou para casa. Os outros cometem erros por mim ou por outros treinadores e os treinadores vão para casa. As multas são pagas pelos treinadores e pelos clubes”, salientou.

“Acho que devemos fazer muito mais pelo futebol português. Já não é a primeira vez que digo isto, mas o futebol português só vai evoluir quando as pessoas quiserem”, insistiu António Folha, considerando que a sua expulsão "foi inteiramente justa". "Sou humano, vivo de emoções e excedi-me. Por aqui não há muito mais a dizer".

Na análise ao jogo, o treinador admitiu que o FC Porto B não entrou bem no encontro, tendo dificuldade em reagir ao posicionamento do Casa Pia.

“Não entrámos no jogo da forma que queríamos. A equipa teve algumas dificuldades com bola na primeira parte, o adversário esteve bem montado, a tapar caminhos. Com o tempo, fomos pegando no jogo, mas sempre um jogo dividido”, comentou.

Depois de um primeiro tempo “algo lento” e que “não foi tão bem jogado”, o FC Porto B entrou na segunda parte disposto a somar três pontos. Porém, Abubakari colocou o Casa Pia em vantagem, aos 78 minutos. João Marcelo acabaria por fixar o resultado final aos 86 minutos.

“Na segunda parte tentámos corrigir e ajustámos coisas importantes. Começámos a descobrir mais espaços e a chegar mais à área e a criar mais perigo. A segunda parte foi quase toda nossa”, salientou Folha.

“Foi um jogo difícil e é de salientar o esforço que os jogadores fizeram para podermos dar a volta ao resultado que estava, praticamente perdido. Estava 99,9  por cento perdido, mas eles acreditaram e conseguimos o empate”, realçou o técnico portista.

Não é a primeira vez que um responsável do FC Porto B aponta o dedo às arbitragens. No início de fevereiro, o diretor de comunicação dos dragões, Francisco J. Marques, afirmou que “há um plano para forçar FC Porto a desistir da equipa B”.

“Depois de mais um golo mal anulado e mais um penálti flagrante não assinalado, começo a acreditar que há um plano para forçar o FC Porto a desistir da equipa B e entrar nos sub-23”, disse o dirigente, após o empate com o Vizela, que assinalou a estreia de António Folha.

O antecessor de Folha, Rui Barros, também tinha deixado reparos às arbitragens, como a seguir ao empate com o Estoril, para a 12.ª jornada.

Se quiserem que o FC Porto B desça, mais vale não virmos jogar. Se quiserem dar prémios a quem quer subir… O Estoril não tem culpa nenhuma nisto, mas é um escândalo estar aqui com um espírito de sacríficio e um árbitro ou juiz de linha decidir marcar um penálti. Não podemos estar sempre calados. Empatar desta maneira é um escândalo”, afirmou Rui Barros, à data o treinador da equipa B dos dragões.