O antigo diretor de futebol do Benfica, que trabalhou com Jorge Jesus ,entre 2011 e 2013, criticou o treinador dos encarnados, em virtude da exibição da equipa diante do Benfica, que custou a liderança, perdida para o Sporting.

António Carraça elegeu o Benfica como destaque negativo da semana, e recorreu a números. "É uma equipa que tem um valor de mercado de 302 milhões de euros e que investiu 100 milhões no plantel, em tempo de pandemia. E perdeu desta forma, arrebatadora", sustentou.

Também as palavras do treinador encarnado após o jogo merecem a reprovação de António Carraça: "Eu podia até, em função das declarações do Jorge Jesus, escolhê-lo a ele. Mas quando se ganha e quando se perde [os méritos e deméritos] são sempre da equipa. Por isso, recordo as afirmações que ele um dia fez, quando estava no Sporting, quando comparou o Benfica a um Ferrari... Eu só posso dizer: ou o Ferrari está avariado, ou o condutor não tem mãos para o Ferrari".

Para o antigo responsável pelo futebol dos encarnados, os jogos que se seguem poderão esclarecer esta dúvida sarcástica. "A resposta virá nos dois próximos jogos, diante do Rangers e do SC Braga", refere Carraça, numa análise feita no Canal 11.

A metáfora do Ferrari remete-nos para os tempos mais quentes do diferendo entre Jorge Jesus e o seu sucessor no Benfica, Rui Vitória. Depois de diversas provocações, o técnico acabou por responder a Jesus, que orientava o Sporting. 

Rui Vitória disse que havia "dois treinadores obcecados pelo Benfica", referindo-se a si próprio e ao então técnico leonino. Essa frase provocou uma resposta de Jorge Jesus.

"Fi-lo sair da toca. Rui Vitória tem de se assumir. Para treinar o Benfica, tem de se assumir. Para conduzir um Ferrari é preciso ter andamento para ele. Vamos ver se aquele Ferrari continua a andar", disse Jesus.

António Carraça recupera essa imagem para criticar o futebol apresentado pelos encarnados no Estádio do Bessa, onde perderam por 3-0, naquela que foi a segunda derrota da temporada, após o desaire com o PAOK.