João Noronha Lopes, candidato derrotado por Luís Filipe Vieira nas eleições de outubro de 2020, apelou de forma indireta aos órgãos sociais do Benfica para apresentarem a demissão, na sequência da detenção do presidente.
"É um dia de grande tristeza para todos os benfiquistas, estou muito preocupado com a situação no clube. É um dever de todos os benfiquistas, incluindo dos órgãos sociais, protegerem os interesses do Benfica", afirmou o ex-candidato à liderança do Benfica.
Quando questionado se essa proteção seria através da demissão dos órgãos sociais, Noronha Lopes repetiu-se: "É um dever de todos os benfiquistas, incluindo dos órgãos sociais, protegerem os interesses da maior instituição desportiva nacional. É um dever dos órgãos sociais protegerem os interesses do Benfica acima de tudo".
Nas declarações à CMTV, o candidato derrotado em outubro de 2020 não assumiu diretamente a necessidade do Benfica realizar eleições antecipadas. "Esta é a maior instituição desportiva nacional e vai continuar a sê-lo. Os órgãos sociais têm que defender os interesses do Benfica, é o seu dever", insistiu.
Luis Filipe Vieira foi hoje detido numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.
No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.
Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.
Está previsto que os quatro detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.