Portugal
"Os órgãos sociais têm o dever de proteger o Benfica", afirma Noronha Lopes
2021-07-07 20:50:00
Candidato derrotado nas eleições de outubro de 2020 reage à detenção de Luís Filipe Vieira

João Noronha Lopes, candidato derrotado por Luís Filipe Vieira nas eleições de outubro de 2020, apelou de forma indireta aos órgãos sociais do Benfica para apresentarem a demissão, na sequência da detenção do presidente.

"É um dia de grande tristeza para todos os benfiquistas, estou muito preocupado com a situação no clube. É um dever de todos os benfiquistas, incluindo dos órgãos sociais, protegerem os interesses do Benfica", afirmou o ex-candidato à liderança do Benfica.

Quando questionado se essa proteção seria através da demissão dos órgãos sociais, Noronha Lopes repetiu-se: "É um dever de todos os benfiquistas, incluindo dos órgãos sociais, protegerem os interesses da maior instituição desportiva nacional. É um dever dos órgãos sociais protegerem os interesses do Benfica acima de tudo".

Nas declarações à CMTV, o candidato derrotado em outubro de 2020 não assumiu diretamente a necessidade do Benfica realizar eleições antecipadas. "Esta é a maior instituição desportiva nacional e vai continuar a sê-lo. Os órgãos sociais têm que defender os interesses do Benfica, é o seu dever", insistiu.

Luis Filipe Vieira foi hoje detido numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.

No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

Em causa, adianta, estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de serem “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Está previsto que os quatro detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coação, “com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas”.