Esta é a escolha do Bancada para os onze melhores centrais da história do futebol português. Um exercício que não procura consensos. A ordem de exposição é aleatória.
Eis os onze melhores centrais portugueses de sempre
- Vicente Lucas
- Germano
- Humberto Coelho
- Eurico Gomes
- Lima Pereira
- Fernando Couto
- Jorge Costa
- Jorge Andrade
- Ricardo Carvalho
- Pepe
- Rúben Dias
Vicente Lucas
Um dos melhores defesas-centrais portugueses das décadas de 1950 e 1960, Vicente Lucas dedicou toda a sua carreira ao Belenenses.
Apesar de nunca ter representado um dos três grandes, o seu talento era inquestionável. Era um defesa de marcação implacável, com excelente capacidade de antecipação e um sentido posicional extraordinário.
Dono de uma grande inteligência tática, Vicente Lucas conseguia anular avançados de classe mundial, mesmo não sendo um central fisicamente imponente.
O seu grande momento na Seleção Nacional aconteceu no Mundial de 1966, sendo uma peça fundamental na campanha histórica que levou Portugal ao terceiro lugar.
Ficou célebre pelo seu desempenho frente ao Brasil, onde conseguiu anular Pelé, um dos melhores jogadores de todos os tempos.
Sofreu uma grave lesão que encurtou a sua carreira internacional, mas o seu legado permanece intacto. Vicente é um dos maiores símbolos do Belenenses e um dos melhores centrais portugueses de sempre.
Pepe
Poucos jogadores personificam tanto a garra e a determinação quanto Pepe. Naturalizado português, o defesa-central tornou-se um dos pilares da Seleção Nacional, ajudando Portugal a conquistar o Euro 2016 e a Liga das Nações em 2019.
Pepe combina agressividade, posicionamento e capacidade de antecipação como poucos, o que o levou a clubes de topo, como Real Madrid e FC Porto.
Apesar de sua reputação de jogador duro, Pepe também demonstrou ser um líder dentro de campo.
No FC Porto, onde passou grande parte da carreira, tornou-se um ídolo e um exemplo de longevidade no futebol.
Mesmo em idade avançada, manteve um nível de desempenho impressionante, garantindo que o seu nome ficasse marcado como um dos melhores centrais da história do futebol português.
Humberto Coelho
Humberto Coelho foi um dos centrais mais técnicos que Portugal já produziu. A sua carreira destacou-se entre os anos 70 e 80, principalmente no Benfica, onde se tornou um dos ícones do clube.
A elegância com que jogava contrastava com a agressividade típica dos defesas da época, tornando-o uma peça essencial na defesa benfiquista.
Na Seleção Nacional, foi peça-chave na campanha do Euro 1984, quando Portugal chegou às meias-finais.
Depois de se retirar dos relvados, ainda teve uma carreira de sucesso como treinador, conduzindo Portugal às meias-finais do Euro 2000.
Assim, o seu nome está gravado na história do futebol português tanto pela qualidade como jogador quanto pela inteligência como técnico.
Fernando Couto
Fernando Couto era um defesa imponente, que combinava força física e agressividade com uma grande liderança.
Começou a carreira no FC Porto e depois brilhou em clubes como Parma, Lazio e Barcelona.
A sua trajetória internacional foi bem sucedida, com Fernando Couto a conquistar vários títulos e tornando-se um dos centrais portugueses mais respeitados no futebol europeu.
Na Seleção Nacional, Fernando Couto teve uma presença marcante ao longo de mais de uma década, com destaque para o Euro 2000 e o Mundial 2002. Capitão da equipa em diversos momentos, era um líder nato.
Jorge Costa
Jorge Costa foi um verdadeiro símbolo do FC Porto durante os anos 90 e início dos anos 2000.
Capitão durante grande parte da sua carreira, ficou conhecido como “O Bicho” pela sua agressividade, determinação e postura imponente em campo.
Era um central de marcação dura, forte fisicamente, ao mesmo tempo que apresentava um espírito de liderança inigualável.
A sua carreira atingiu o auge sob o comando de José Mourinho, quando ajudou o FC Porto a conquistar a Liga dos Campeões em 2004.
Hoje, além de um dos melhores centrais de sempre do futebol português, Jorge Costa é uma figura histórica do FC Porto.
Além dos títulos nacionais, foi também peça fundamental na época dourada do clube. Na Seleção Portuguesa, teve menos protagonismo do que no FC Porto, mas ainda assim tornou-se numa figura incontornável na equipa das quinas.
Eurico Gomes
Eurico Gomes tem um feito único no futebol português: foi campeão nacional com os três grandes – Sporting, Benfica e FC Porto. Ou seja, isso por si só já demonstra a sua qualidade e importância dentro de campo.
Começou a carreira no Benfica, onde se destacou pela sua solidez defensiva e inteligência tática.
Depois, mudou-se para o Sporting, onde continuou a brilhar, conquistando mais títulos. Mas, mais tarde, no FC Porto, ajudou a consolidar a equipa que viria a dominar o futebol português nos anos 80.
Era um central disciplinado, com um sentido posicional apurado e uma abordagem pragmática ao jogo. Não era dos defesas mais exuberantes, mas compensava com liderança, consistência e uma enorme capacidade de organização defensiva.
Eurico foi um dos melhores jogadores da sua geração. O seu percurso vitorioso nos três grandes é um feito que, atualmente, dificilmente será repetido.
Germano
Germano foi um dos primeiros centrais portugueses a aliar elegância à agressividade defensiva.
Atuou nas décadas de 1950 e 1960, sendo então uma peça fundamental no Benfica que conquistou duas Taças dos Campeões Europeus (1960-61 e 1961-62).
O seu estilo de jogo era moderno para a época: combinava classe na saída de bola, mas com uma capacidade defensiva imponente.
Era forte no jogo aéreo, rápido na antecipação e dono de uma visão de jogo apurada, algo raro para um defesa-central naquele tempo.
Já na Seleção, Germano foi o capitão da geração que levou Portugal ao terceiro lugar no Mundial de 1966.
O seu nome está gravado na história do Benfica e do futebol português como um dos melhores centrais de sempre, mas também como um dos maiores jogadores da sua geração.
Lima Pereira
Lima Pereira foi um dos melhores centrais portugueses de sempre. Pilar da defesa do FC Porto nos anos 80, era um jogador robusto.
Por outro lado, com um excelente jogo aéreo e uma capacidade de marcação perfeita, era um defesa completo.
Não era o mais rápido, mas compensava com grande posicionamento e leitura de jogo.
Formou uma das defesas mais sólidas do futebol português nos anos 80 e foi peça fundamental na ascensão do FC Porto ao domínio nacional e europeu.
Na Seleção Portuguesa, participou então no histórico Euro 1984, onde Portugal chegou às meias-finais.
Foi um dos precursores do sucesso portista, que culminaria na conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987, pouco depois da sua saída.
Ricardo Carvalho
Elegância e inteligência definem Ricardo Carvalho. O defesa-central destacou-se no FC Porto de José Mourinho, sendo peça-chave na conquista da Liga dos Campeões de 2004.
Depois, brilhou no Chelsea, onde formou uma das duplas defensivas mais sólidas da Premier League ao lado de John Terry.
A sua capacidade de antecipação, desarme preciso e habilidade na saída de bola fizeram de Ricardo Carvalho um dos centrais mais respeitados da sua geração.
Na equipa das quinas, Carvalho foi fundamental. Participou em várias grandes competições internacionais e, apesar de não estar na final do Euro 2016, teve um papel crucial na caminhada de Portugal até ao título.
Ou seja, a sua classe e leitura de jogo tornaram-no um dos centrais mais completos da história do futebol luso.
Jorge Andrade
Jorge Andrade era um central completo: forte, rápido, excelente na antecipação e, ao mesmo tempo, com uma capacidade técnica acima da média para um defesa.
O defesa-central começou a carreira no Estrela da Amadora, mas chamou a atenção do FC Porto, onde deu o salto para o futebol internacional.
Foi no Deportivo La Coruña que viveu os melhores momentos da sua carreira, tornando-se então um dos melhores centrais da La Liga e ajudando o clube espanhol a disputar títulos e a brilhar na Liga dos Campeões.
Já na Seleção, Jorge Andrade foi um nome de destaque no Euro 2004, onde formou uma dupla sólida com Ricardo Carvalho. Infelizmente, uma grave lesão no joelho quando jogava na Juventus acabou por encurtar a sua carreira de forma prematura.
Rúben Dias
Rúben Dias é, sem dúvida, um dos melhores centrais da história do futebol português e ainda tem muitos anos pela frente para cimentar ainda mais o seu legado.
Formado no Benfica, destacou-se desde jovem pela sua liderança e agressividade. Em 2020, transferiu-se para o Manchester City, onde se tornou o patrão da defesa de Pep Guardiola, ajudando a equipa a conquistar a Premier League e chegando à final da Liga dos Campeões logo na sua primeira época.
Por outro lado, foi eleito Jogador do Ano da Premier League, um feito raro para um defesa-central.
Ao mesmo tempo, na Seleção, assumiu um papel crucial após a saída de veteranos como Pepe, sendo o líder natural da nova geração.
Foi peça-chave na conquista da Liga das Nações de 2019 e continua a ser um dos jogadores insubstituíveis da equipa. Apesar de ainda estar no auge da sua carreira, já se pode dizer que é um dos melhores centrais da história do futebol português.
O 12.º melhor central de sempre é a escolha do leitor
E assim está feita a escolha dos 11 melhores centrais de sempre do futebol português, mas abrimos espaço para o 12.º melhor central. Quem colocaria nesta lista?
Neste exercício de eleger o melhor central de sempre há aquele nome que fica na prateleira do esquecimento, ou de fora por falha na análise.
Então, quem colocaria o leitor nesta lista? Envie a sua sugestão por email.