Portugal
Os 23 de Luís Catarino
2018-05-12 21:00:00
Na rubrica 'Os meus 23', os jornalistas e colunistas do Bancada colocam-se no papel do selecionador nacional.

Os meus 23:
Guarda-redes: Patrício, Anthony Lopes, Beto
Defesas-centrais: Pepe, Rúben Dias, José Fonte, Bruno Alves
Defesas-laterais: Cedric, Nélson Semedo, Coentrão, Mário Rui
Médios: William, Adrien, Moutinho, Bruno Fernandes, João Mário, 
Avançados: Rony Lopes, Gelson, Bernardo, Quaresma, Guedes, André Silva, Ronaldo


Rúben Dias como Umtiti e Fonte a dar ao pedal

Rúben Dias vai ter de aprender a ser mais calculista e a dosear a agressividade, não perdendo totalmente o registo dominante a proteger a baliza. Esse é o seu desafio nos próximos tempos. A montante, tem a vantagem de ter passado por todas as seleções jovens. Ainda não jogou nos AA? Também Umtiti não o tinha feito até aos “quartos” do Euro com a Islândia.

Mesmo que no Benfica e Besiktas joguem como centrais-direitos, RD pode vir a coadjuvar Pepe com fiabilidade. Está já num nível qualitativo acima de Rolando, cujo nome foi lançado com mais força para cima da mesa por causa do golo heroico em Salzburgo. Ricardo Ferreira atascou com a lesão, Jardel não é equacionado por Santos e Neto é suplente no Fenerbahçe. Bruno Alves não está no auge, mas é útil no varrimento em bloco recuado. Fonte não jogou bem contra a Holanda e é urgente que entre nos eixos.

Rony Lopes justifica

Não dá para excluir Bruno Fernandes. A sua época foi demasiado boa para ficar de fora. Por contraste, a temporada de André Gomes foi demasiado trepidante. Na substituição de Danilo, o debate é maior, até porque tanto Oliveira como Rúben Neves são nomes plausíveis para a Rússia.

Adrien teve uma época atípica, mas é um elemento crucial na variabilidade estratégica. Sobretudo com a máscara de “oito”, foi o melhor no Euro a pressionar na zona média e isso vale ouro em torneios curtos, de modo a diminuir o oponente.

No entanto, há margem para uma ligeira variante. Havendo agora o versátil Bruno Fernandes na comitiva para possibilitar ainda mais um domínio aguerrido da zona central do meio-campo, não seria um sacrilégio pensar em Adrien a “seis” na eventualidade de ter de substituir William por lesão ou castigo do atual pivô leonino.

Nesse cenário, abrir-se-ia a porta dos 23 para Rony Lopes, um médio-ala que fez uma campanha incrível no Mónaco. Manuel Fernandes foi um dos mais distintos craques em toda a liga russa, mas a lista encurtou e não cabem todos porque há muita gente nova, com papel destacado, que não estava no Euro. E João Mário continua a ser dos mais iluminados.