André Villas-Boas, que na madrugada assumiu que os azuis e brancos viveram um dos momentos "mais negros da história do FC Porto", na sequência de confrontos entre os adeptos na Assembleia Geral Extraordinária, voltou a tomar posição e critica os órgãos sociais, que "assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados do FC Porto".
"Estou invadido ainda pelas emoções, vou tentar responder com a seriedade associada ao FC Porto. O que se passou ontem foi absolutamente lamentável e uma derrota interna para os órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões", criticou André Villas-Boas, apelando mesmo às altas instâncias do país no que toca ao Desporto e à Justiça para tomarem medidas.
"Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao Instituto Português do Desporto e da Juventude, ao Secretário de Estado do Desporto, que peça com urgência as imagens das câmaras da vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena e proceda a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros", salientou André Villas-Boas, na Web Summit, citado pelo jornal O Jogo.
André Villas-Boas diz mesmo que sabe de sócios que foram impedidos de "expressarem livremente e em segurança" a sua opinião na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto.
"Os associados uniram-se em massa porque querem expressar os seus sentimentos, e foi-lhes impedido esse direito", lamentou o antigo treinador do FC Porto, ele que está ligado a uma das páginas mais douradas do clube, quando conquistou um troféu europeu.
"Mancham uma história centenária"
Entretanto, o FC Porto reagiu em comunicado aos atos de violência que marcaram a Assembleia Geral Extraordinária. O clube liderado por Pinto da Costa tranquiliza os sócios e diz que na próxima semana nada do que se passou na segunda-feira, voltará a acontecer.
"Os desacatos entre associados, incluindo agressões físicas, que se geraram durante a intervenção de um membro da comissão de revisão dos estatutos e depois da participação de um associado são condenáveis e mancham uma história centenária de cultura democrática", pode ler-se no comunicado do FC Porto.
O clube portista avisa ainda que está em campo para tentar identificar quem foram os autores dos ataques aos sócios portistas na Assembleia Geral Extraordinária.
Por isso, o FC Porto diz que "mobilizará os restantes órgãos sociais tendo em vista a abertura de processos disciplinares" assim que sejam conhecidos os associados que entraram em confronto.
"A Direção do FC Porto apela a que os associados voltem à Assembleia Geral de 20 de novembro, convicta de que, ao contrário do que aconteceu ontem, todos saberão estar à altura do momento e dignificar o FC Porto."