O julgamento de Frederico Varandas por causa das declarações contra Pinto da Costa foi adiado nesta semana e a primeira audiência, agendada para o Tribunal do Bolhão, no Porto, não se realizou, dado que a morada de Frederico Varandas que constava no processo não permitiu notificar o presidente do Sporting nem o advogado tinha acesso ao programa judicial Citius.

O FC Porto já lamentou o sucedido e disse que o líder sportinguista está a "brincar com a Justiça". "Esta gente beneficia de regimes de exceção, só lhes é permitido a eles, a pessoas do Benfica e do Sporting", lamentou Francisco J. Marques, antevendo que numa próxima audiência Frederico Varandas possa não estar. "Se calhar vai faltar o dente do siso e faltando dente do siso não vão poder estar presentes", admitiu o porta-voz do FC Porto.

Sobre este caso, Paulo Andrade, antigo dirigente do Sporting, ironiza e diz que Frederico Varandas "deve estar cheio de medo" de enfrentar Pinto da Costa em tribunal.

"Em primeiro lugar o facto de a morada que é colocada no processo não é o Frederico Varandas que está a tratar daquilo. É o advogado", justificou Paulo Andrade, apontando para as escutas do Apito Dourado que foram divulgadas na Internet há vários anos atrás.

"Há uma coisa que eu não tenho dúvidas. Este é o momento em que Frederico Varandas tem para colocar tudo em cima da mesa para fazer um bom dossier sobre o que foi o Apito Dourado", acrescentou Paulo Andrade, negando que o presidente do Sporting queira reabrir este processo.

"Ninguém está a falar em reabrir processos. O que se está a falar é como é que justifica ter acusado Pinto da Costa daquilo", salientou Paulo Andrade, lembrando que ouviu as escutas e perceber como é que os portistas atuavam.

"Não ouviu as escutas? Eu ouvi as escutas. O que foi dito nas escutas? Receber um árbitro em casa na semana em que o árbitro vai apitar? O que o Jacinto Paixão disse?", questionou o antigo dirigente do Sporting, na CMTV, onde teve oportunidade de dizer que o FC Porto não foi ilibado no Apito Dourado.

"Eu vi o Supremo Tribunal de Justiça no final considerar que as escutas eram ilegais. Não vi andarem a ilibar. Nem vi o Conselho de Disciplina ilibar, nem vi nada disso", comentou.

Por outro lado, Paulo Andrade admite que quando alguém acusa outro alguém de algo pode recorrer ao passado. "Quando eu digo que uma pessoa é isto ou aquilo e vou ao passado dela para o estar a acusar".

Assim, o antigo dirigente do Sporting crê que "Frederico Varandas vai ter de mostrar em tribunal que aquilo que disse de Pinto da Costa tem motivos para o ter dito".

"E vai ter de ir ao passado de Pinto da Costa e o juiz decidirá se tem ou não motivos para ter dito o que disse", comentou Paulo Andrade, esperando um julgamento a "lavar roupa suja".

"Vai ser um bocado de roupa suja que virá a terreiro no julgamento. O que o juiz vai decidir em relação às provas que Frederico Varandas vai apresentar para ter dito o que disse só o tribunal e é aguardar pelo tribunal", continuou, admitindo que as escutas possam vir 'à baila' durante o julgamento.

"Vamos ver o que o juiz diz. É aguardar pelo julgamento. Nós sabemos o que foi a prática do FC Porto porque ouvimos as escutas. Sabemos que as escutas foram consideradas ilegais e não valeram."