O administrador financeiro da SAD do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, admitiu que um dos problemas da equipa na temporada 2020/21 foi o "desconhecimento grande" entre a equipa técnica liderada por Jorge Jesus e o plantel, num ano de "muitas mudanças" suportadas por um investimento de 100 milhões de euros.
"Houve um desconhecimento grande do treinador e da equipa técnica relativamente ao plantel que tínhamos e vice-versa. Fizemos muitas mudanças em simultâneo, se calhar até por esse investimento, e quer o treinador, quer os jogadores não sabiam ao que iam. É uma situação que este ano se resolve ‘per si’, porque haverá estabilidade no plantel, não prevemos muitas mudanças, e o treinador conhece a equipa e sabe com o que pode contar", afirmou o dirigente.
Em entrevista à TVI24, Domingos Soares de Oliveira lamentou também as "expectativas demasiado altas" que o próprio Benfica criou. "Tivemos um discurso que hoje faríamos de forma diferente. Jorge Jesus tem uma maneira muito própria de dialogar. Mas não é apenas o treinador, foi a estrutura toda. Temos de ter um discurso de rigor", sustentou.
Apesar do investimento de 100 milhões de euros e do regresso de Jorge Jesus, o Benfica terminou a I Liga no terceiro lugar. "Esta época fez-me lembrar a de 2013, na qual perdemos tudo", comentou: "Perdemos literalmente tudo e no ano seguinte ganhámos tudo".
Esse investimento surgiu num ano que, num discurso anterior, Domingos Soares de Oliveira tinha prometido ser "rigoroso". "O facto de ser rigoroso não significa que não haja investimento. O investimento tem que ter uma determinada lógica. Esses 100 milhões foram investidos em seis jogadores que são internacionais", salientou.
Para a nova época, ficou a promessa de que as contratações "serão poucas e cirúrgicas". Quanto a vendas, "o mercado está muito parado". "Com o Euro a decorrer o mercado está parado. Vai reanimar, mas não sei a que níveis. Tenho sempre de vender jogadores todos os anos e todos os clubes portugueses têm de o fazer. Somos bons a fazer gestão do futebol, trazemos muito dinheiro para Portugal e todos os clubes têm de fazer do 'trading' uma aposta", concluiu.