As contas do FC Porto têm feito correr 'muita tinta', nos últimos dias, e, apesar da justificação prestada quer por Fernando Gomes, administrador responsável pela área financeira dos azuis e brancos, e por Pinto da Costa, líder máximo da cúpula diretiva do emblema e da SAD azul e branca, as críticas têm feito sentir-se quer entre adeptos e sócios do FC Porto quer mesmo entre rivais. Há sportinguistas que têm deixado reparos à forma como as contas da SAD do FC Porto estão. "O FC Porto é como a Bela Adormecida, à espera do beijo do príncipe encantado", disse, por exemplo, Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente verde e branco.

Diogo Faria, diretor de conteúdos do FC Porto, respondeu no Porto Canal aos críticos das contas azuis e brancos e pediu que se fizesse uma leitura dos números à luz daquilo que é explicado pela administração portista, lamentando também, de resto, aquilo que chama de "desigualdade de tratamento" do emblema portista em relação aos "clubes de Lisboa".

A esse respeito, o diretor do emblema liderado por Pinto da Costa lembrou que "o Sporting só de perdões do BCP e do Novo Banco foram 105 milhões de euros de uma vez".

Nesse sentido, realçou Diogo Faria no Porto Canal, "imaginem chegar às contas do Sporting e tirar 105 dos últimos anos, ou imaginem chegar às contas do FC Porto e tirar 100 milhões de euros ou acrescentar 100 milhões de euros oferecidos pela banca".

"Ao FC Porto a banca nem ofereceu nem perdoou nada", salientou o diretor do FC Porto Diogo Faria, deixando depois outros exemplos como a situação das vendas dos camarotes no Dragão.

Diogo Faria realçou que as leituras feitas aos números destacam que o Sporting lucrou mais com a bilhética do que o FC Porto, mas o diretor portista lembrou que a venda de camarotes, o chamado "corporate", tem um ítem específico nas contas do FC Porto. 

São, pois, essas e outras situações que Diogo Faria entende que deveriam entrar no contexto das leituras que têm sido feitas sobre o último relatório e contas do FC Porto, onde consta um prejuízo a rondar os 48 milhões de euros.

A respeito das contas e do património do FC Porto, Pinto da Costa foi questionado em tribunal sobre se se sente ofendido quando é criticada a sua gestão recente.

"As opiniões de terceiros não me incomodam, nem me ofendem. São baboseiras que se atiram para o ar, porque eu sei que toda a gente tem uma perspetiva diferente do FC Porto. Também não sei onde está o delapidar do clube. Desde que entrei em funções construiu-se um estádio novo, um pavilhão novo e temos um centro de treinos", comentou Pinto da Costa, em tribunal, citado pelo O Jogo.

O líder dos azuis e brancos respondia numa audiência por causa de um processo que moveu contra o ex-candidato ao FC Porto Nuno Lobo. "Quem trabalha comigo, que é a opinião de quem realmente me interessa, sabe que isso não corresponde à verdade", disse ainda Pinto da Costa.