Numa tentativa de ter Paulinho no clássico do próximo domingo frente ao FC Porto, o Sporting interpôs um recurso no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), procurando que seja dada razão no documento jurídico e, ainda que o caso não seja avaliado já, pelo menos o jogador tenha autorização, por via de uma providência cautelar, para ir a jogo diante dos campeões nacionais.

Antigo jogador de futebol, Diogo Luís lamenta este tipo de mecanismo usado em Portugal e critica a posição dos leões, defendendo que já poderiam ter apresentado antes o recurso sobre a penalização aplicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ao camisola 21 do clube de Alvalade.

"Isto depende tudo dos tribunais, não da vertente desportiva. A partir de um momento em que há um castigo, o castigo é respeitado até um certo limite, depois, a partir de certo limite, o jogo é importante e já se recorre e já se consegue que o jogador esteja novamente disponível. Enfim. Não me parece que isto faça muito sentido", criticou Diogo Luís, falando em "chico-espertice" com este ato.

"O Sporting podia ter recorrido mais cedo. Porque é que não recorreu antes? É aquela chico-espertice que existe em Portugal", comentou o antigo jogador de futebol.

Para o antigo defesa-esquerdo Diogo Luís, que jogou no Benfica, entre outros emblemas, "existem as regras e depois existem formas de contornar as regras e as leis".

"E vão-se contornando em função dos objetivos", destacou ainda o antigo defesa, ciente de que a entrada de Paulinho nas opções, caso a justiça dê provimento ao recurso, representará uma mais-valia para Rúben Amorim.

"Desportivamente falando, é claro que era importante para o Sporting ter o Paulinho. Era mais uma solução. Agora, é uma chico-espertice. Se não foi importante nos últimos dois jogos, porque é importante agora para o Sporting ter o Paulinho? Para isso, recorria logo imediatamente e o Paulinho jogava no jogo a seguir e não esperava pelo jogo do FC Porto", acrescentou o antigo atleta.

"Vamos brincando ao futebol. E no limite acaba por não haver regras iguais para todos"

Por conseguinte, e da forma como o caso está a ser conduzido, o ex-futebolista diz que só pode lamentar esta situação. "Mas isto em Portugal, lá está, depois queremos vender os direitos de televisão centralizados e percebemos que é difícil porque isto não é um produto. Vamos brincando ao futebol. E no limite acaba por não haver regras iguais para todos", salientou, em declarações na CNN Portugal.

Ainda a respeito do caso de Paulinho, Diogo Luís avisou que este tipo de mensagem acaba por passar para as bancadas. "Os adeptos engolem esta mensagem e defendem aquilo com unhas e dentes. O que os adeptos devem dizer é 'ele portou-se mal, tem de ser castigado'", concluiu.