Portugal
"O Sporting normalmente não está metido em caldeiradas", diz Fernando Mendes
2020-11-18 12:10:00
Ex-jogador comenta processo Cashball

Antigo jogador do Sporting, Fernando Mendes mostra-se satisfeito com o afastamento de suspeitas em relação ao Sporting e seus ex-dirigentes no chamado processo Cashball.

"Era importante para o Sporting ficar livre deste tipo de suspeitas. Mais importante para André Geraldes que era um dos visados e para o ex-presidente do Sporting. São coisas importantes. Estou feliz", assegurou Fernando Mendes.

Na CMTV, o antigo jogador leonino disse que "a justiça quando quer funciona" mas pede que as autoridades possam ir mais longe e apurar de onde nasceu este processo.

"Acho importante apurar seriamente esta pessoa que vai ser o arguido principal. Que diga de uma vez por todas o que se passou. As pessoas não são atrasadas e vão dizer isto sem mais nem menos. Tem de haver uma investigação dura e doa a quem doer", desafiou Fernando Mendes.

Feliz com esta situação, o ex-atleta verde e branco diz que o Sporting "está limpinho, pelo menos parece" e realça que não é comum o clube de Alvalade se envolver neste tipo de "caldeiradas".

"O Sporting normalmente, normalmente, tirando uma situação que eu me recorde, não está metido em caldeiradas. Por isso é um clube diferente. Normalmente. Espero que continue assim. O Sporting ganha pouco mas nestas coisas não tem hábitos. Fico satisfeito."

De acordo com a TVI, recorde-se, todos os arguidos foram ilibados por falta de provas, à exceção de Paulo Silva, empresário que foi denunciante do caso em março de 2018, quando revelou ao Ministério Público do Porto que tinha sido mandatado, através de intermediários, para, alegadamente, corromper árbitros de andebol e jogadores de futebol adversários de modo a favorecerem o Sporting em campo. 

Uma vez que o Sporting diz que ainda não foi oficialmente informado, a reação a este caso foi apenas dada através de um comentário de Miguel Braga, responsável pela comunicação leonina.

Na terça-feira, a Tribuna Expresso apresentou mais dados sobre este caso e revelou ter tido acesso ao relatório final da Polícia Judiciária (PJ) sobre o Cashball, realçando que o empresário Paulo Silva, único arguido do processo, recebeu 30 mil euros do Correio da Manhã, alegadamente com a finalidade de "dar uma entrevista sobre os alegados pagamentos corruptos a árbitros de andebol e jogadores de futebol".

Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, considerou a alegação "uma loucura" e "surreal" e garantiu, em declarações ao Expresso, que "não paga, nem pagou por entrevistas ou declarações".

"Do orçamento do Correio da Manhã não saíram 30 mil, três mil, ou sequer três cêntimos", acrescentou Octávio Ribeiro, à mesma fonte, enquanto que, já hoje, a revista Sábado revela informações que garante terem sido retiradas de um auto da Polícia Judiciária (PJ), ao qual teve acesso, e no qual o empresário César Boaventura terá admitido ter estado na origem do processo Cashball.