Gilberto Madail, antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) conversou com o Bancada neste que é um tempo de isolamento, onde o mundo tem aproveitado para refletir e definir estratégias e formas de viver a vida no presente, tendo em vista o futuro, não esquecendo aquilo que foi o passado.

O ex-líder da FPF mostra-se orgulhoso com o silêncio que tem notado em Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa e Frederico Varandas, nesta que é uma altura de crise de saúde a nível mundial.

"O silêncio deles tem servido para pacificar o futebol português. Eu penso que uma das coisas que este vírus traz, que não é de bom, mas é uma contigência, é uma maior moderação nos agentes de futebol", analisou Madail.

Nesta entrevista ao Bancada, o antigo líder federativo nota que "no futebol, fundamentalmente contribuiu para arrefecer um bocado aquilo que eram as guerrilhas constantes que estavam implantadas no futebol português".

Questionado pelo nosso jornal se daqui sairá uma lição para o futuro, Gilberto Madail espera que todos "tenham aprendido alguma coisa com a necessidade de recolhimento".

"No futebol também é assim. Com este recolhimento, acho bem que não façam declarações. Espero bem que isto seja uma boa semente para o futuro para que baixem as tensões ao nível do futebol português", defendeu Gilberto Madail, elogiando a forma como Fernando Gomes tem vindo a liderar a FPF neste tempo para o qual não existe comparação na história recente.

"Acho que as medidas que a Federação tomou são as corretas que foram de um recolher o máximo possível."

Sobre um eventual regresso do campeonato no curto prazo, e depois da Liga de Clubes ter traçado um plano, Madail apela aos agentes do futebol para que olhem para a questão com "cautela".

"Temos que aguardar e esperar que as coisas possam atingir uma certa normalidade a curto prazo, embora seja uma situação que tenho algumas dúvidas", referiu, deixando ainda através do Bancada uma mensagem para o futebol português neste tempo de incertezas.

"Deixo uma mensagem de serenidade para que o futebol saiba aceitar as regras que estão a ser impostas aos outros cidadãos. O futebol não é diferente e é uma área onde podem ocorrer muitos contágios e, portanto, terá de aguardar para ver como se resolve com moderação e com justiça esta questão", concluiu.