Sérgio Conceição continua em ‘blackout’, sendo que desde a conferência de antevisão ao jogo de Moreira de Cónegos que não mais compareceu perante os jornalistas para ser questionado e prestar explicações a respeito dos assuntos relacionados com o FC Porto e o futebol português. Expulso por Hugo Miguel na partida frente ao Moreirense, que terminou empatada a uma bola, e teve desacatos no exterior com um empresário a agredir um repórter de imagem, esse encontro marca, para já, uma espécie de linha divisória entre um antes e um depois em relação ao silêncio do treinador portista.

Costinha, antigo campeão europeu pelo FC Porto e ex-colega do agora técnico dos dragões, entende que Sérgio Conceição lá terá razões fortes para estar votado a este silêncio, não concordando que seja uma forma de o treinador do FC Porto se esconder, isto numa ponta final de época que poderá ficar marcada por ausência de títulos (pelo menos os mais importantes), uma vez que o campeonato está encaminhado para o Sporting, a final da Taça de Portugal será entre Benfica e SC Braga e na Taça da Liga o troféu foi para as vitrines de Alvalade.

"O Sérgio Conceição que eu conheço não é pessoa de se esconder e de não dar o peito às balas. Portanto, é algo que seguramente, neste momento, deixa toda a gente curiosa", comentou Costinha, aguardando pelo regresso de Sérgio Conceição às conferências de imprensa para perceber o que tem para dizer o técnico dos azuis e brancos.

O 'ministro' salienta que Sérgio Conceição tem uma "frontalidade" que lhe agrada, embora reconheça que, por vezes, comete excessos no confronto de ideias.

"Estamos a falar dos treinadores que treinam os clubes grandes porque os outros têm pouca visibilidade a não ser que jogam contra esses ditos grandes. E mesmo assim é uma visibilidade reduzida. Têm de vencer ou fazerem uma partida excecional. O Sérgio tem uma frontalidade que eu aprecio e tem uma forma de explicar as coisas muito direta, pode, por vezes, ser um pouco mais agressivo mas é o feitio dele", referiu Costinha.

Em declarações na TVI 24, Costinha considera ainda que para Sérgio Conceição permanecer em silêncio alguma coisa lhe devem ter feito e por isso, insiste, ser necessário esperar pelas explicações do técnico.

"Se neste momento não está a falar é porque ele sente que ou foi prejudicado, ou não foi entendido ou é algo que há contra ele. Portanto, temos que esperar pela sua reaparição para explicar aquilo que não está a correr bem e ele não está a gostar".

Embora não seja obrigado a marcar presença nas conferências de imprensa antes e após os jogos, dado que os regulamentos da Liga não o determinam, os treinadores são obrigados a prestar declarações na zona de entrevistas rápidas dos operadores que transmitem os jogos.

No caso do FC Porto, Vítor Bruno, adjunto de Sérgio Conceição nos azuis e brancos, é que tem ficado com essa missão, como ainda recentemente, na quinta-feira, após o empate no Estádio da Luz. Apesar de ter estado a orientar a equipa no banco dos suplentes, Conceição entregou a responabilidade de comentar as incidências da partida na Benfica TV a Vítor Bruno.