Os milhões entraram definitivamente na rota do futebol e a Arábia Saudita vai puxando cada vez mais figuras do desporto-rei. Com isso, os clubes europeus têm de repensar as suas estratégias e arranjar forma de cativar jogadores a vestirem as suas camisolas. Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, há muito que defende a ideia de que o leão deveria pensar em novas formas de potenciar o seu futebol e espera que o clube de Alvalade tenha um lugar para Cristiano Ronaldo e, assim, potenciar a marca verde e branca.

"O Ronaldo, para mim, só pode ser uma coisa que é o Visconde de Alvalade deste século. Mais nada. E se a gente não for buscar uma figura como o Cristiano Ronaldo esqueçam o Sporting a fazer muito mais do que aquilo que tem feito no futebol. Vai ficar muito reduzido", vaticina Dias Ferreira.

O advogado e antigo dirigente leonino diz que o Sporting tem de perceber, de uma vez por todas, como é que o futebol está organizado nos dias que correm.

"O futebol hoje não é só poder. Em Portugal, o poder está na mão dos outros todos, que dominam a comunicação social, dominam as arbitragens e dominam tudo aquilo que querem e que lhes apetece", observou Dias Ferreira.

Por isso, o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral dos leões e ex-candidato à presidência do clube lisboeta diz que "o Sporting aqui não tem hipóteses nenhumas e tem de ir dar a volta por outro lado."

"Se quiser fazer alguma coisa. Se não quiser fazer, não faz", concluiu Dias Ferreira, em declarações no canal A Bola TV, onde comentou as recentes movimentações de vários jogadores do futebol europeu para a Arábia Saudita.

Alguns dos jogadores que têm rumado à Liga saudita não estão propriamente na ponta final da carreira, sendo que nomes como Rúben Neves ou Kalidou Koulibaly alinhavam em clubes da Premier League e ainda têm vários anos de carreira de jogador pela frente.

A este propósito, por exemplo, Kalidou Koulibaly explicou as razões que o levaram a optar pela Arábia Saudita. "Vou ajudar toda a minha família a viver bem, desde os meus pais aos meus primos, e apoiar as atividades da minha associação 'Capitaine du Coeur', no Senegal. Começámos a construir uma clínica na aldeia dos meus pais. Tenho muitos projetos para ajudar os jovens", justificou o antigo central do Chelsea e do Nápoles.

Em entrevista ao Corriere dello Sport, Koulibaly não confirmou que vá receber 30 milhões de euros por temporada ao alinhar na Arábia Saudita mas a imprensa desportiva internacional aponta esse valor.