Portugal
"Por um simples amarelo" é "gravíssimo" o que Palhinha fez, diz Proença
2021-04-01 13:15:00
Presidente da Liga e ex-árbitro critica iniciativa do jogador do Sporting

O presidente da Liga entende que foi aberto um "precedente gravíssimo" em relação ao quinto cartão amarelo que o sportinguista João Palhinha viu no Estádio do Bessa mas que acabou por não lhe valer uma suspensão dado que o jogador recorreu para um tribunal superior.

"Tivemos recentemente um caso que obrigou o Conselho de Disciplina a ter de alterar um procedimento, e tudo por um simples cartão amarelo", lamentou Pedro Proença.

O ex-árbitro e agora presidente da Liga lembra que "antigamente, havia processo sumário e tomava-se a decisão". Porém, de acordo com o que se ficou a saber a respeito de João Palhinha "foi dito que era inconstitucional".

Pedro Proença lembra que "houve dois recursos para o Tribunal Constitucional e isso obriga agora o Conselho de Disciplina a tomar uma decisão, mas a dar aos arguidos 24 horas para responderem".

No entender de Pedro Proença "isto é gravíssimo", sobretudo "quando estávamos no combate pela celeridade processual".

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), recorde-se, suspendeu o castigo que automaticamente estava previsto aos jogadores que recebem uma quinta cartolina amarela no campeonato.

João Palhinha, médio do Sporting, viu o quinto amarelo na I Liga frente ao Boavista, mas acabou por não cumprir castigo pois recorreu da decisão de suspensão.

O processo chegou ao TAD que lhe retirou a suspensão mas não lhe retirou o cartão exibido pelo árbitro Fábio Veríssimo, num tema que tem feito correr muita tinta.

No acórdão daquele tribunal, é mencionado que “resulta claríssimo, por tudo quando o Colégio Arbitral não disse e por tudo quanto o Colégio Arbitral disse, que não houve – nem podia haver – qualquer anulação do cartão amarelo exibido pelo árbitro Fábio Veríssimo”.

Tudo começou no dia 26 de janeiro. Na altura, o camisola 6 dos leões viu um quinto cartão amarelo na I Liga na visita ao Boavista e foi sancionado com processo sumário no dia seguinte, tendo o Conselho de Disciplina da FPF considerado improcedente o recurso. O jogador acabou por recorrer para uma instância de justiça fora do âmbito desportivo que lhe deu razão e suspendeu a suspensão, permitindo que este pudesse jogar na jornada frente ao Benfica.

Daí em diante, instalou-se uma polémica com diferentes juristas e terem diferentes interpretações a respeito da leitura que deve ser feita neste caso, até porque a suspensão foi anulado mas o jogador mantém o cartão.

Este caso foi agora comentado pelo presidente da Liga e ex-árbitro Pedro Proença que lamenta toda a esta situação.

Em declarações numa conversa com o ex-árbitro Duarte Gomes na rede social Facebook, Pedro Proença abordou ainda outros temas ligados às arbitragens como é o caso do sistema de videoárbitro em competições inferiores.

"Gostaríamos de ter videoarbitragem na II Liga, no Campeonato de Portugal e no futebol distrital, mas o custo é incomportável. Os custos tecnológicos tendem a reduzir ao longo do tempo, mas é insustentável um modelo que consiga ter videoarbitragem na I Liga, na II Liga e na III Liga que está para aparecer", assumiu Pedro Proença.