Antigo vice-presidente do Benfica, José Manuel Capristano lamenta os acontecimentos de Moreira de Cónegos, quer ainda no relvado quer já no exterior do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas e diz que, apesar disso, não fica admirado, lembrando que "há 30 anos" que se verifica este clima no futebol nacional. "Estas situações com o senhor Pinto da Costa à frente do FC Porto datam de há mais de 30 anos. Há mais de 30 anos que isto acontece no futebol português."

O ex-dirigente encarnado diz também que "é curioso que estas coisas aconteçam sempre e principalmente com o FC Porto". "Ou porque teve um penálti e queria ter dois, ou porque teve dois e queria ter três", comentou, mostrando-se intrigado sobre o que estaria nas câmaras de televisão que motivou a abordagem de Pinto da Costa aos repóteres. "O que estaria lá gravado para haver tanta aflição no senhor Pinto da Costa e no senhor Pinho? O que estava gravado na máquina?", questiona José Manuel Capristano.

Insistindo nas críticas ao comportamento e ao que se verificou no exterior do estádio, José Manuel Capristano diz que a atitude dos azuis e brancos deve merecer uma reflexão.

"Se o FC Porto foi prejudicado e admito que tenha sido, gostava que perguntassem às pessoas ligadas ao FC Porto quantas vezes terá sido beneficiado?", prosseguiu com as questões, realçando ainda que o Benfica, nesta temporada, empatou em Moreira de Cónegos e não se assistiu a idênticos acontecimentos.

"Quero lembrar as pessoas que o Benfica no mesmo campo e com o mesmo clube, com o mesmo resultado 1-1, com dois penáltis descarados um sobre Vertonghen e outro sobre Weigl o Benfica saiu com dignidado à Benfica. Que isso fique claro", disse Capristano, em declarações na CMTV.

O antigo dirigente do Benfica, enquanto passavam as imagens da abordagem de Pinto da Costa aos jornalistas, insistiu que gostaria de saber o que imagens estariam nas câmaras. E além disso, critica o presidente portista por não ter travado a investida de Pedro Pinho sobre o repórter de imagem da TVI.

"Vê-se o senhor Pinto da Costa a dirigir-se ao repórter com os acólitos. Bastava, com a autoridade que tem, que dissesse para parar tudo. Mas não disse nada. Ficou impávido e sereno", lamentou.

Questionado sobre as declarações do presidente portista, que assumiu que não viu a agressão de Pedro Pinho ao repórter da TVI, Caprisno salientou algo que acha curioso. "Como é que o senhor Pinto da Costa não vê uma agressão a cinco metros e vê um penálti a 60 metros? Isto é curioso, como é possível?".

E também ficam lamentos para a atuação dos militares da GNR. "O que estava lá a fazer a GNR? Com aquela atitude o senhor Pedro Pinho era detido. Não era para ter 20 dias de castigo. Acham que é suficiente? Uma pessoa que faz o que esse senhor fez não é suficiente. Pode voltar a fazer. Está-lhe na massa do sangue, é o chamado ADN. E fico-me por aqui".

Mais adiante, Capristano criticou também Rui Cerqueira, assessor de imprensa do FC Porto, pela abordagem ao árbitro Hugo Miguel após o apito final. "Basta ver as imagens para se ver um senhor chamado [Rui] Cerqueira e para se ver a invasão de campo depois do jogo e alguém acha isto normal? Como é que é normal? Está o Luís Gonçalves a evitar que este Cerqueira... Este Cerqueira, oiçam bem, é um homem da comunicação. Isto é que é o ADN? Por favor, por favor. Que vergonha para o futebol".