Paulo Bento lamenta que o futebol português continue no caminho que tem vindo a trilhar e teme que não possam ocorrer melhorias, sobretudo ao nível dos dirigentes.
"Como não sou otimista em relação ao dirigismo, acho que nada vai mudar com a pandemia, como já se está a ver", lamenta o antigo selecionador nacional.
Observando que a atenção mediática se centra nas ambições de cada clube em particular e não num todo, Paulo Bento não consegue também compreender como é que Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Liga podem ter os comportamentos que estão a ter.
"O que não pode acontecer é vermos as duas maiores instituições que regem o futebol português, Federação e Liga, cada uma para seu lado."
Em declarações ao jornal A Bola, o ex-selecionador critica que exista uma que tenta "atropelar e esvaziar a outra".
Ao mesmo tempo que isto vai ocorrendo, os clubes estão "mais preocupados com o seu umbigo".
Paulo Bento nota ainda que os clubes ainda não perceberam que nesta ponta final de temporada "o que está em jogo não é saber quem vai ser campeão, vai à Europa e desce de divisão" mas, sim, a "sobrevivência financeira".
Após alguns meses de paragem devido à pandemia, o futebol nacional regressou na última semana (a I Liga) mas o futebol nacional tem estado sob forte polémica por conta da posição assumida pela Liga ao acabar na secretaria o segundo escalão.
De resto, a presidência de Pedro Proença está tremida e vivem-se tempos de instabilidade com vários clubes a pedirem a saída do ex-árbitro da liderança do organismo.