João Paulo Rebelo reagiu às críticas de Luís Filipe Vieira, que tinha exortado o Governo a tomar medidas para resolver "o problema da segurança" no futebol português.
"O Governo não se demite das suas responsabilidades", garantiu o secretário de Estado do Desporto, em declarações ao Expresso, lembrando, entre outras medidas, a criação da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) e a alteração à Lei sobre a Segurança e Combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos desportivos.
Essa lei, em vigor desde setembro de 2019, trouxe um reforço "muito considerável" à iniciativa processual da APCVD e do regime para os adeptos de risco.
João Paulo Rebelo referiu-se também ao cartão de adepto, uma iniciativa contestada publicamente pelo Benfica, e às zonas com condições especiais de acesso de adeptos, garantindo que estarão em vigor na próxima temporada, dando tempo para as adaptações necessárias.
"Para estas zonas não será disponibilizada a venda de bilhetes físicos", esclareceu: "A venda será feita a título pessoal e de forma eletrónica, impedindo-se que sejam prosseguidos, neste âmbito, determinados fins ilícitos".
O secretário de Estado manifestou ainda "o total repúdio" pelas alegadas agressões a dirigentes do Sporting, lembrando que as leis aprovadas visam assegurar um "tratamento absolutamente exemplar" das questões relacionadas com a violência no desporto.
Sobre as claques, o governante apelou à distinção entre "os verdadeiros adeptos" e os criminosos.
"Os clubes e as sociedades desportivas têm um papel muito importante neste âmbito, nomeadamente no que respeita à distinção entre os verdadeiros adeptos e aqueles que protagonizam comportamentos desadequados, devendo retirar-se dessa análise conclusões e consequências efetivas", finalizou João Paulo Rebelo.