O dérbi entre Benfica e Sporting terminou com um empate a uma bola, uma exibição quase perfeita de Salin e uma estreia para mais tarde recordar de João Félix. Nani ainda silenciou a Luz quando colocou os leões em vantagem, de penálti, aos 64 minutos, dando razão à estratégia inicial de José Peseiro de apostar nas transições ofensivas, mas o jovem da formação dos encarnados, lançado por Rui Vitória, logo a seguir ao golo dos leões, restabeleceu a igualdade a quatro minutos do fim. Um empate que serve, no entanto, melhor ao Sporting do que ao Benfica. Os encarnados tiveram sempre mais iniciativa, criaram mais oportunidades de golo, tiveram mais posse de bola e fizeram mais remates. O estratégia do Sporting, mais defensiva e a apostar no contra-ataque, quase dava para sair da Luz com os três pontos, mas a equipa recuou em demasia após o golo de Nani e correu o sério risco de sair da Luz sem o ponto.
Num dérbi marcado pela ausência de jogadores importantes das duas equipas, do lado do Benfica, Rafa foi o escolhido para render Salvio no lado direito do ataque. De resto, Rui Vitória repetiu a equipa que defrontou o PAOK na última terça-feira. Quanto ao Sporting, André Pinto rendeu o lesionado Mathieu e Raphinha entrou para o lugar de Misic. José Peseiro optou por colocar Acuña no meio-campo, juntamente com Bruno Fernandes e Battaglia.
O Sporting entrou a pressionar com grande intensidade, dando muito pouco tempo aos encarnados para pensar na construção do jogo. A partir dos quinze minutos, a equipa de Rui Vitória no entanto assumiu o jogo e começou a criar dificuldades ao Sporting, sobretudo em lances de bola parada. Foi a altura de Salin brilhar - antes já tinha dito presente ao cabeceamento de Rúben Dias - com duas intervenções valiosas, primeiro a novo cabeceamento do central português, após canto de Pizzi, e logo a seguir a um remate de Cervi a obrigar o guarda-redes francês a esticar-se e atirar a bola para canto.
Com Bruno Fernandes muito abaixo do seu valor, a perder bolas a meio-campo e a definir mal na zona de construção, o Benfica ganhava a batalha a meio-campo e ia acercando-se do último reduto leonino. Faltava, porém, mais jogo interior aos encarnados que abusavam muito do jogo lateral e de cruzamentos atrás de cruzamentos para a área leonina. O Sporting através de transições rápidas pela zona central conseguia chegar perto da área do Benfica mas o remate final foi sempre pouco incisivo. Mesmo assim, com Raphinha e Acuña a fazerem bem a ligação meio campo-ataque, os leões remataram mais na primeira parte (7/8) do que no dérbi da época passada no jogo todo.
A segunda parte começou com um remate de Bruno Fernandes à figura de Vlachodimos, mas era o Benfica que continuava a assumir o jogo e Salin, o herói improvável, a brilhar na baliza leonina adiando o golo dos encarnados que teimava em não entrar. Rui Vitória "jogou" do banco e lançou Zivkovic para o lugar de Cervi. O Sporting continuava a apostar nas transições ofensivas e foi num cruzamento de Bruno Fernandes à procura de Montero que este acabou rasteirado na área por Rúben Dias. Penálti a favor dos leões e Nani a fazer o primeiro golo na Luz e a colocar o Sporting em vantagem.
A estratégia do Sporting de um jogo mais contido, e sempre equilibrado, dava resultado. O Benfica com um volume de jogo ofensivo superior, sobretudo nas faixas laterais, pecava porém no excesso de cruzamentos para a área acusava um défice de referências no espaço da finalização. Ferreyra, uma vez mais, mostrou ainda ser um corpo estranho no onze dos encarnados.
Com quase meia hora pela frente, o Benfica partiu com tudo para cima do Sporting e encostou a equipa leonina às cordas. Salin, outra vez ele, travou por duas vezes o golo ao Benfica, primeiro a Zivkovic depois a Rafa. Rui Vitória voltou a mexer e lançou Seferovic e João Félix para renderam, respetivamente, Ferreyra e Pizzi, troca por troca. José Peseiro respondeu com a saída de Bruno Fernandes e a entrada de Petrovic para tentar aguentar o assalto final dos encarnados à área leonina, os leões recuaram e acabaria por ser o jovem da formação das águias, em jogo de estreia na I Liga, a bater Salin, a quatro minutos do fim: cruzamento de Rafa na direita e Félix a surgir ao segundo poste a bater Salin. A fobia dos cruzamentos revelada pelos encarnados ao longo do jogo, e não foi só neste, a dar frutos. O menino de 18 anos estragava a noite quase perfeita de Salin e salvava o Benfica de uma derrota. Um prémio para a equipa que teve mais tempo a iniciativa de jogo e criou mais oportunidades de goloe um "meio castigo" para o Sporting que recuou após o golo de Nani.
