Portugal
"O Benfica era uma equipa muito previsível, não tinha plano B", afirma Maniche
2020-07-30 09:15:00
Ex-futebolista considera que o FC Porto "está mais forte" que o Benfica

O antigo internacional português Maniche considera que o FC Porto parte em melhores condições do que o Benfica para conquistar a Taça de Portugal em futebol, cuja final está agendada para sábado, no Estádio Cidade de Coimbra.

Em entrevista à Lusa, o ex-futebolista, que iniciou a sua carreira nos ‘encarnados’ e acabaria por viver os seus melhores anos com a camisola dos ‘dragões’, reconhece que as duas equipas se conhecem “perfeitamente” e vão “fazer tudo para ganhar”, mas lembra o registo 100% vitorioso do campeão nacional nesta época diante do rival da Luz.

“Não vejo grandes diferenças, mas, do meu ponto de vista, o FC Porto está mais forte do que o Benfica”, afirmou o antigo médio, sublinhando que a equipa orientada pelo técnico Sérgio Conceição “não depende só de um jogador e é uma equipa muito homogénea, em que o seu todo é que faz a diferença”.

Com dois embates e dois triunfos (2-0 na Luz e 3-2 no Dragão) do conjunto azul e branco em 2019/20, Maniche enfatiza a preponderância da mentalidade competitiva dos ‘dragões’ e o estudo detalhado do adversário por parte do treinador portista.

“O FC Porto foi superior ao Benfica no confronto direto e isso ficou bem delineado na estratégia do treinador do FC Porto, que conseguiu danificar a estratégia do Benfica e as suas dinâmicas. O Benfica era uma equipa muito previsível, não tinha plano B, mudava as peças, mas o sistema e as dinâmicas estavam sempre presentes. E um treinador que estivesse atento e estudasse o Benfica, sabia onde estavam os pontos positivos e negativos. Depois, a nível mental, o FC Porto foi sempre superior”, notou.

Questionado sobre as diferenças ao nível da pressão entre as duas equipas, o antigo jogador de Benfica e FC Porto considera que a Taça de Portugal surge com uma importância maior para a formação orientada por Nélson Veríssimo, que pode ter nesta final a oportunidade para, de alguma forma, “salvar a época” após o falhanço na conquista da I Liga. Porém, defende que a pressão é algo já natural entre os dois rivais.

 

“O primeiro objetivo do Benfica é ganhar a Liga portuguesa e quando digo salvar a época é nesse sentido: que não foi uma época em vão. A Taça de Portugal é o segundo objetivo de qualquer equipa, não esquecendo as competições europeias, que são sempre uma incógnita”, explicou, acrescentando: “A pressão tem de estar bem presente nos jogadores, porque trata-se de uma final e a Taça de Portugal é sempre um orgulho e uma festa”.

 

A história da prova mostra nove finais entre FC Porto e Benfica, com claro pendor para os ‘encarnados’, vencedores em oito ocasiões (a única vitória dos ‘dragões’ foi em 1958, por 1-0).

 

Maniche, hoje com 42 anos, disputou de ‘azul e branco’ a última final entre os dois rivais, em 2003/04, numa época em que o clube portista já havia arrecadado o título nacional e caminhava para uma histórica vitória na Liga dos Campeões, mas nem esses registos valeram no duelo do Jamor.

 

“Mostra que não podemos relaxar. O Benfica foi mais feliz nesse jogo, não tivemos tanta sorte. Não direi que não demos tudo, mas o mais importante era recuperar para ganhar a ‘Champions League’, porque era esse o nosso objetivo”, finalizou.

 

A final da Taça de Portugal entre o campeão nacional FC Porto e o ‘vice’ Benfica está marcada para sábado, às 20:45, no Estádio Cidade de Coimbra, num embate que será disputado sem público nas bancadas, devido à pandemia de covid-19.