Portugal
"O Benfica acha que não tem de dar satisfações. É gerador de suspeitas"
2020-11-27 10:45:00
"Eu nem vou entrar em Alfas Semedos...", disse Carlos Barbosa da Cruz

Carlos Barbosa da Cruz, conhecido adepto do Sporting e ex-dirigente leonino, diz que o silêncio do Benfica em relação aos casos que vão sendo conhecidos de alegadas compras de jogadores que nunca alinharam de águia ao peito adensam as suspeitas sobre práticas de gestão desportiva.

"Se um clube quer ajudar outro deve fazê-lo claramente. O Bayern chegou a ajudar o Dortmund mas fê-lo de forma clara", comentou Carlos Barbosa da Cruz, lamentando que, nesta semana, se tivesse ficado a saber que o Benfica terá ajudado o Vitória de Setúbal a comprar um jogador marroquino.

"Eu nem vou entrar em Alfas Semedos mas já é a terceira vez que tropeçamos [em negócios do Benfica]", disse Carlos Barbosa da Cruz, criticando a posição das águias que não têm comentado estas notícias.

"O Benfica acha que não tem de dar satisfações. É gerador de suspeitas. O Benfica devia dar uma satisfação aos sócios", realça Carlos Barbosa da Cruz.

Para o ex-dirigente do Sporting fica claro que "este tipo de negócios não têm em vista a utilização desportiva do jogador" e deu como exemplo a compra encarnada do passe de Jhonder Cádiz.

"Pela repetição das condutas, parece-me que há contornos de atitudes anti-desportivas", atirou Carlos Barbosa da Cruz, referindo que também estranha que o Vitória sadino se 'feche em copas'.

"Vejo o Vitória de Setúbal muito calado", disse Carlos Barbosa da Cruz, lembrando o que está em causa, a seu ver: "O Benfica compra um líbio, um marroquino, o Cádiz. O Benfica paga uma data de dinheiro por jogadores que depois não jogam".

Contava no começo da semana o Público que o Benfica poderá ter cometido uma ilegalidade com o alegado fianciamento de um jogador para o Vitória de Setúbal, situação que poderá acabar com uma punição às águias por parte da FIFA.

O clube liderado por Luís Filipe Vieira terá ajudado, no verão de 2019, o emblema sadino a receber os serviços do jogador Khalid Hachadi, com o pagamento de 900 mil euros, ficando as águias com direito de preferência sobre o jogador do Vitória de Setúbal, situação que a FIFA não permite.

O Público sustenta que o contrato previa que, se Hachadi fosse posteriormente transferido para um terceiro emblema e aí acabasse por rescindir por mútuo acordo ou justa causa, com as águias a ficarem sem direito de preferência, teriam direito a receber 1,5 milhões de euros, valor que, alegadamente, aumentaria significativamente se o marroquino fosse para um dos rivais encarnados.