Antigo presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), Augusto Baganha, voltou a falar sobre o caso de alegado favorecimento do Governo ao Benfica e insiste que sofreu pressões por parte dos encarnados.
João Braz Frade, antigo vice-presidente das águias, não percebe toda esta polémica a envolver o nome do clube da Luz e lembra que este "artista é bem conhecido".
"Não há motivos [para achar que o Benfica está acima da lei] e neste caso então o artista é bem conhecido do Benfica, este senhor Baganha. Os serviços do IPDJ aprovaram as condições do Estádio da Luz. Este senhor decidia contrariamente aos pareceres e colocava processos ao Benfica. Já agora ficam a saber que perdeu todos", comentou Braz Frade.
Em declarações na CMTV, o antigo vice-presidente do Benfica realçou ainda que Augusto Baganha não teve um processo "para amostra" de algo que tenha vencido ao Benfica nos processos movidos.
Mas Braz Frade foi mais longe e falou de Augusto Baganha e de um alegado apoio dado a Bruno de Carvalho quando este liderada o Sporting, antes da queda em 2018.
"Este senhor Baganha era, aliás, da comissão de honra desse paradigma da credibilidade que era o doutor Bruno de Carvalho", recordou Braz Frade, continuando a defesa encarnada.
"O senhor Baganha tinha uma agenda onde tinha escrito que o senhor ministro ou secretário de Estado tinha dito. O ministro desmentiu. Ora, vamos lá ver, qualquer um pode escrever numa agenda o que quiser."
O antigo vice-presidente do Benfica salienta ainda que à medida que o IPDJ foi movendo processos ao Benfica a Federação Portuguesa de Futebol ia "escolhendo o Estádio da Luz para receber finais europeias".
"A ética da República diz-nos que quando muda um Governo como o IPDJ é um instrumento da política do Governo, devem colocar o lugar à disposição, pelo menos, para que o governante possa escolher as pessoas da sua confiança. Este senhor não fez isso e acabou demitido. Agora resolveu disparar contra o ministro, contra o Benfica disparou sempre e perdeu sempre. Quando vem dele já nem ligamos."
Em entrevista ao Porto Canal, nesta segunda-feira, já depois de ter reiterado ter sofrido pressões por parte dos encarnados durante o seu mandato, Augusto Baganha recordou uma alegada reunião entre João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto e da Juventude, e um advogado do Benfica, após o processo sobre as claques do emblema da Luz.
“Acho estranho o secretário de Estado receber o advogado do Benfica. Tem de receber o presidente do Benfica sobre isto. Se depois se quiser fazer acompanhar por um advogado, tudo bem. As coisas não são tratadas devidamente”, disse.
Já no ano de 2018, recorde-se, no Parlamento, Augusto Baganha tinha revelado que o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, pressionou a sua direção para que resolvesse a favor do Benfica a interdição ao Estádio da Luz.
Vítor Pataco, atual presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), clama inocência e diz que está de consciência tranquila em relação às suspeitas levantadas a respeito de um alegado favorecimento que terá dado ao Benfica no caso de uma investigação às claques.
O Ministério Público quer perceber se Vítor Pataco, antigo presidente da Benfica Multimédia S.A., favoreceu, ou não, o emblema encarnado na questão das claques, situação que Pataco desmente.