Sérgio Conceição avança para Alvalade com a intenção de conquistar os três pontos mas ciente de que têm sido semanas complicadas para se trabalhar em virtude das várias ausências de atletas que foram para as seleções mas também com algumas mexidas no plantel com o fecho do mercado de transferências, que tirou jogadores e 'ofereceu' outros que agora chegaram ao Dragão. Mas esses ainda cumprem um processo de adaptação e o técnico não garante que serão lançados já.

"Não é num estalar de dedos. É muito difícil porque existem aspetos fundamentais para os quais não estão ainda preparados. Mas têm uma disponibilidade fantástica, uma grande alegria por chegar a um clube de grande dimensão na Europa e no mundo. Estamos a analisar as sensações que temos dos jogadores", disse Sérgio Conceição, recusando estar com desculpas.

"Tudo isto torna as coisas mais difíceis, mas isto não é qualquer tipo de desculpa, atenção. No fim, o que conta é o jogo de amanhã e o treinador. Se não tenho tarjas a dizer 'sem desculpa' e não quero isso. Nunca me desculpei com nada, nem com lesões, castigos... Ao longo de três anos nunca o fiz, mas isto é factual."

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição insistiu que o tempo que teve para preparar o embate contra os leões, por conta das várias ausências motivadas pelos jogos de seleção, foi curto.

"Quando se faz um trabalho, a equipa toda está englobada, e aqui não aconteceu. Há mais essa dificuldade, mas tem de ficar para trás das costas, temos que olhar para o treino de hoje e para o jogo de amanhã", afirmou o treinador do FC Porto, em declarações na antevisão ao jogo em Lisboa.

Aos jornalistas, Sérgio Conceição aproveitou ainda para dizer que não lhe tira o sono o facto de jogar uma cartada decisiva no campeonato já agora, depois da derrota contra o Marítimo, na última ronda.

"Quando cheguei há quase quatro anos, disseram que tinha um teste importante no primeiro jogo, depois num outro, depois na Liga dos Campeões... Andei em testes, e ainda bem", disse Sérgio Conceição.

O treinador dos dragões assume que gosta de sentir pressão e considera que isso o ajuda a potenciar as suas qualidades enquanto treinador de uma equipa como o FC Porto.

"Gosto de me sentir no fio da navalha, porque gosto de ir à luta. Sou um lutador. Nem sempre faço bem as coisas, mas faço-as em consciência de que estou a fazer o melhor."

Relativamente ao fecho do mercado de transferências, que levou Danilo Pereira e Alex Telles do FC Porto, Sérgio Conceição lembrou que "um treinador é um eterno insatisfeito".

"É o mercado que é, não podemos estar felizes quando se perdem jogadores importantes para a equipa, mas é normal. Temos que respeitar o mercado. A dificuldade que existe a nível mundial, ainda para mais no nosso país, e num clube que está sob alçada financeira da UEFA, torna tudo ainda mais difícil".

Sérgio Conceição lembrou ainda que "os novos jogadores foram por empréstimo, do mercado nacional, e alguns a 'custo zero'" e "isto diz muito da realidade".

"Estou aqui para treinar, os dirigentes estão para olhar para outras situações, como o equilíbrio financeiro do clube", salientou Sérgio Conceição.

O FC Porto, quarto classificado, com seis pontos, desloca-se ao terreno do Sporting, em quinto com os mesmos pontos, mas menos um jogo, numa partida que se realiza às 20:30, relativa à quarta jornada da I Liga portuguesa de futebol.