Portugal
"Nós vivemos no engano e o que é premiado é enganar"
2023-09-08 11:30:00
"O Bah apanhou um amarelo. Jota Silva estava com um olho aberto a ver se tinha enganado ou não o árbitro", lembra Daúto

O clima de contestação na arbitragem faz-se sentir, isto após a realização de algumas jornadas do campeonato português. Daúto Faquirá, treinador de futebol, considera que nem tudo pode ser apontado como culpa do árbitro e diz que pode dar exemplos práticos do comportamento dos jogadores.

A propósito dos amarelos que têm sido mostrados ao sportinguista Viktor Gyökeres na I Liga, Daúto Faquirá lembrou que os jogadores devem ir para dentro de campo para jogar futebol e não para tentarem 'cavar' faltas ou arrancar amarelos para os adversários. E nesse sentido deixa algumas considerações práticas.

"O que é que vai acontecer ao jogador do FC Porto [Taremi] que repetidamente é useiro e vezeiro em tentar ludibriar o árbitro? O que vai acontecer? O que lhe vai acontecer?", perguntou Daúto Faquirá, certo de que os jogadores deveriam ser castigados com base nas imagens .

"A questão não é a arbitragem. Repare no jogo do Benfica com o Vitória de Guimarães. O Bah apanhou um amarelo. O que aconteceu ao jogador da equipa contrária que se mandou para o chão e quando a transmissão o focou, ele [Jota Silva] estava com um olho aberto a ver se tinha enganado ou não o árbitro?", perguntou Daúto Faquirá, condenando o lance em que Jota Silva acabou no chão agarrado ao rosto quando, nas imagens, em nenhum momento se vê o dinamarquês do Benfica a tocar no rosto do jogador vitoriano.

"Nós vivemos no engano e o que é premiado é enganar. O que deveria acontecer era estas pessoas que tentam não cumprir aquilo que são as regras, deveriam ser penalizadas", explicou Daúto Faquirá, em declarações na CNN Portugal.

"Há mais interrupções e… simulações"

A respeito dos amarelos que tem visto no campeonato português, recorde-se, o sportinguista Viktor Gyökeres diz que vai aprender a jogar de outra forma na I Liga.

"Já vi dois amarelos. Nisso tenho de melhorar, ou então serão muitos mais durante a época", admitiu o avançado, em declarações a uma televisão sueca, onde deu conta de que percebeu que em Portugal se protagonizam algumas "simulações".

"A diferença está no que se permite fazer nos jogos, é um futebol muito mais físico, há mais interrupções e… simulações", disse o camisola 9 do Sporting, justificando a escolha do Sporting para dar continuidade à sua carreira.

"Há muitas coisas que me fizeram escolher o Sporting, a história, a dimensão, jogar para conquistar o título nacional, as taças e jogar nas provas europeias. É um clube enorme. No final das contas a escolha não foi difícil", reconheceu Gyökeres.