Vencedor de uma edição da Taça dos Campeões Europeus pelo Benfica e dez vezes campeão nacional pelas águias, António Simões é uma das lendas vivas do clube da Luz e mostra-se satisfeito com a conquista do 38.º título de campeão nacional por parte das águias sob o comando técnico de Roger Schmidt, a quem deixou rasgados elogios pela forma como se comportou a nível dos resultados desportivos mas também na relação com a cultura desportiva.
"Os treinadores têm que ter cultura desportiva. Nós apreciamos o Roger Schmidt a falar porquê? Porque não pode ser o Sérgio Conceição a falar assim também? Esta é que é a questão que se põe", afirmou António Simões, sustentando que os profissionais do futebol devem tomar consciência de que o futebol é um produto que precisa de ser potenciado.
Caso contrário, o ex-internacional português refere que não será fácil vender o futebol português além fronteiras. "Nós não sabemos valorizar o produto", comentou o 'Magriço'.
Em declarações na Sport TV, António Simões advogou ainda que esteve vários anos fora de Portugal e viu em alguns países a forma como se tenta promover o desporto. E gostaria de vê-lo ser feito de forma semelhante por cá.
"Eu aprendi como é que se combina o negócio com o jogo. Ninguém faz melhor que os norte-americanos", referiu António Simões, já depois de ter elogiado a forma como a Liga Nacional de Basquetebol (NBA) está formada para promover o espetáculo e o entretenimento de quem vai aos pavilhões e dos que acompanham através das transmissões.
"O futebol tem de viver para o adepto"
O futebol nacional tem alguns desafios estratégicos nos próximos anos como são a centralização de direitos de transmissão televisiva, mas também tentar arranjar formas de vender a I Liga para o estrangeiro.
Pedro Proença, atual presidente da Liga, disse há poucas semanas, à A Bola, quais são os desafios que pretende abraçar nos próximos anos no futebol nacional.
"O ciclo 2023-2027 passa por quatro grandes eixos fundamentais: pela conclusão do processo da centralização dos direitos audiovisuais, pelo projeto da internacionalização da marca Liga Portugal, inevitavelmente associada ao primeiro eixo, pela redução dos custos de contexto desta própria atividade do futebol profissional, nomeadamente incidências fiscais, e, último eixo, por criar uma relação na qual o adepto é a figura central", disse Proença.
O ex-árbitro e agora presidente da Liga sublinhou que "o futebol tem de viver para o adepto", dando "garantia de segurança para fazer voltar as famílias aos espetáculos."