Antigo responsável da Holdimo na SAD do Sporting, Nuno Correia da Silva nega que Álvaro Sobrinho tenha usado o clube verde e branco para desvio de 15 milhões de euros proveniente do BES Angola (BESA), instituição que Sobrinho presidiu entre 2001 e 2012, destacando que o dinheiro que foi investido por Álvaro Sobrinho no Sporting foi escrutinado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

"O que eu quero dizer é que o Sporting não é a tasca da esquina. Não entra dinheiro por baixo da porta", assegurou o antigo administrador da SAD leonina, que deu uma longa entrevista ao Record, onde lembrou que "a entrada de capital foi escrutinada pela entidade competente, que é a CMVM".

"E não só foi escrutinada na altura como, salvo erro em 2015, há dois deputados, Duarte Marques e Ana Gomes, que pedem à CMVM para averiguar a proveniência dos capitais que entraram no Sporting. E a CMVM volta a fazer uma investigação e volta a fazer um relatório", explicou Nuno Correia da Silva.

Por conseguinte, o ex-administrador da SAD do Sporting rejeita qualquer acusação a este respeito, assegurando que não alinha nestas teorias.

"É que esta ideia de que o dinheiro entrou por baixo ou saiu de uma conta que não se sabe de onde, não cola com os mecanismos a que o próprio processo obriga", disse Nuno Correia da Silva.

O antigo administrador da sociedade que gere o futebol sportinguista aproveitou também para realçar que, "para entrar, a CMVM tem de o permitir". E nesse caso Nuno Correia da Silva diz que "a CMVM interveio por duas vezes".

"Portanto, eu sobre esse tema nunca tive nenhum desconforto", garantiu Nuno Correia da Silva, falando também sobre outros temas como o caso de Slimani.

"Slimani não foi escolhido pelo treinador, foi proposto ao treinador, mas não teria vindo contra a sua vontade", destacou o antigo administrador verde e branco, conhecedor do processo em questão.

"Em termos desportivos, creio que o Sporting perdeu uma oportunidade, mas percebo o treinador", admitiu Nuno Correia da Silva, justificando ainda que Frederico Varandas quis vender Matheus Nunes para cobrir as VMOC.

"A venda de Matheus Nunes teve que ver com a compra dos VMOC", garantiu o ex-representante da Holdimo, de Álvaro Sobrinho, na SAD do Sporting, não negando que poderá candidatar-se à presidência dos leões no próxim ato eleitoral no clube de Alvalade, atualmente liderado por Frederico Varandas com quem Correia da Silva trabalhou na SAD leonina.