Portugal
“No meio da tragédia há sempre alguém a fazer estes números”
2021-07-20 20:45:00
João Braz Frade aponta o dedo ao advogado Jorge Mattamouros, acusando-o de procurar protagonismo 

À margem das ondas de choque no clube, a demissão de Luís Filipe Vieira provocou um 'fait divers': o advogado Jorge Mattamouros decidiu retirar a ação que tinha apresentado contra o então presidente do Benfica. E nos últimos dias, o causídico, radicado nos Estados Unidos, manifestou a intenção de imputar os custos judiciais dessa ação a Luís Filipe Vieira.  

João Braz Frade considera que esta iniciativa do advogado não deve ser levada a sério. “Este senhor Mattamouros tem sentido de humor. No meio da tragédia, há sempre alguém que faça estes números”, acusa. 

O antigo dirigente recorda as declarações de Mattamouros, depois da saída de Vieira. E faz um apelo à memória.  

“As pessoas têm fraca memória, às vezes. A primeira coisa que ele fez, quando caiu Luís Filipe Vieira, foi dizer que a ação continuava, porque os Vieiristas ainda lá estavam todos. É bom ter memória. E há declarações públicas disso”, recorda, em declarações na CMTV.  

“Ele foi dizer isto para os meios de comunicação social, onde ele não precisa de aparecer, porque aparece sempre no The New York Times e no The Economist e por aí fora... Mas lá anda pelos telejornais todos”, ironiza ainda Braz Frade, que considera que Jorge Mattamouros procura protagonismo.  

“Ele ameaçou que ia continuar. Ameaçou até o Rui Costa com uma ação. Não sei o que é que o homem pode fazer mais para aparecer”, acusa Braz Frade, que não acredita que Luís Filipe Vieira venha a pagas as custas judiciais de uma ação que ‘morre’ à nascença.  

“Não sei quais são as consequências jurídicas desta história. Mattamouros faz isto para aparecer”, insiste. 

Jorge Mattamouros, recorde-se, avançou com uma ação contra Luís Filipe Vieira, iniciativa judicial que visava destituir o então presidente.  

O advogado, sócio do Benfica, baseava a sua queixa na “implosão democrática do clube” e na “confirmação da confusão de interesses pessoal e empresarial de Luís Filipe Vieira”, em contraponto com os interesses do clube encarnado.  

Mattamouros colocou ainda em causa a transparência das eleições no Benfica, sendo que a participação de Luís Filipe Vieira na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco foram “a gota de água”, que suscitaram a queixa em tribunal.  

O advogado rebateu sempre, por outro lado, as críticas de um hipotético interesse pessoal com a finalidade de chegar ao poder. O causídico garante que não era esse o objetivo e lembra até que a ação surgiu após as eleições. “Quando esta ação apareceu, já não havia eleições”, destaca. E já com eleições no horizonte encarnado, a ação dissipa-se.