António Oliveira diz que não podem ser permanentemente os dirigentes dos clubes e outros protagonistas do futebol a criticarem as arbitragem e pede uma intervenção por parte do Governo.

O antigo selecionador nacional diz que "o futebol perdeu a dignidade e o respeito" e, por isso, "a tutela tem de intervir". "Os dirigentes, por muita razão que possam tem, não podem acender uma fogueira permanentemente", referiu Oliveira, certo de que já se percebeu onde está o 'problema'.

"Ninguém tem coragem para desafiar o poder. Já todos sabem onde está o 'cancro' no futebol. Todos sabem onde está mas ninguém mexe uma palha", lamentou o ex-treinador da equipa das 'quinas', não compreendendo como é que ninguém toma uma posição firme.

"Não sei do que estão à espera, ou talvez saiba mas não vou trazer isso para este programa", comentou António Oliveira, certo de que as decisões da arbitragem estão na FPF e entende que alguém terá de fazer alguma cpisa.

"Culpem os responsáveis que estão na Federação Portuguesa de Futebol, no Conselho de Arbitragem", disse Oliveira, deixando algumas interrogações a respeito do setor da arbitragem e seus protagonistas.

"Como é que lá foram parar? A razão pela qual lá foram parar? Os árbitros são todos profissionais e são por acaso? Quem é que lhes paga o salário? Quem é a entidade?", interroga Oliveira, denunciando um clima de pressão sobre os árbitros.

"Neste momento, os árbitros estão mais presos e bloqueados. Nunca estiveram tão amarrados. Denunciem. Estão sujeitos à pressão do Conselho de Arbitragem".

António Oliveira dá um exemplo, a este respeito, e questiona as razões que levam os árbitros a permitirem que vários elementos do banco estejam frequentemente em pé e até a entrarem em campo, manifestando desagrado por decisões de arbitragem.

"Quem é que permite isto? Acham que sou eu? Quem tem de ser responsabilidade? Onde está a coragem política? Estamos a ser a vergonha", avisou Oliveira, certo de que "os árbitros fazem o que lhes pediram para fazer e obedecem a quem lhes paga".

Em declarações no programa Trio d´Ataque, da RTP 3, Oliveira disse ainda que as arbitragens sempre foram alvo de críticas."Eu recordo-me muito é do Paixão e do Calabote. Esses são do meu tempo. Sei do que estou a falar", comentou o ex-técnico que também já orientou o FC Porto.

Nas últimas semanas, vários clubes têm criticado as arbitragens, com especial foco o FC Porto pelas vozes de Pinto da Costa, Sérgio Conceição, Vítor Baía mas também outras figuras da história do clube.