O secretário de Estado da Juventude e Desporto avisa que "há mundo desportivo para lá do futebol, como se costuma dizer", mas recusa a ideia de que esteja desaparecido dos palcos de decisão do desporto português.
"Ninguém ousa acusar-me de não estar muito disponível a todas as solicitações", referiu João Paulo Rebelo, negando assim a ideia de Pinto da Costa que, na quarta-feira, se queixou de que o FC Porto não tem sido ouvido no Governo.
Pinto da Costa, quando deu voz à revolta portista, no final do jogo de Braga para a Taça de Portugal, lamentou, ao mesmo tempo, que o clube azul e branco não se possa queixar ao Governo já que a secretaria de Estado do Desporto está sem líder, dizendo que o secretário de Estado "morreu".
Mesmo que sem querer responder diretamente a Pinto da Costa, João Paulo Rebelo recusa esta teoria e explica que tem estado a trabalhar pelo desporto nacional.
"Temos feito a nossa parte, sempre em sintonia e articulação com os agentes desportivos. As minhas preocupações são essas e em altura de pandemia muitas outras", esclareceu o governante, na Antena 1.
Também nesta sexta-feira, por sua vez na Renascença, João Paulo Rebelo foi mais longe e disse que a sua preocupação não está nos "dirigentes que ganham dezenas de milhares de euros", ao mesmo tempo que insistiu que não era uma resposta a Pinto da Costa.
"Estou preocupado com os clubes de base local que quando a pandemia terminar, e ela vai terminar, têm de lá estar. É com esses que estou preocupado. Não me preocupo tanto, desculpem, com dirigentes das dezenas de milhares de euros que ganham por mês", afirmou o governante, insistindo que deixa Pinto da Costa sem resposta.
"Não entro nesse diálogo nem tenho reação. Não ajudam", explicou o secretário de Estado que preferiu reforçar, sim, a sua mensagem de apelo à calma e tranquilidade na sequência das recentes notícias de ameaças de morte ao árbitro Luís Godinho.
De resto, já na quinta-feira, João Paulo Rebelo tinha deixado idêntica recomendação. “Repudio veementemente qualquer expressão de violência, física ou verbal, ainda que na forma de ameaça ou de mero incitamento. As ameaças feitas ao árbitro Luís Godinho e à sua família são inadmissíveis”, referiu João Paulo Rebelo.
Recentemente, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) também veio a público queixar-se da divulgação pública dos contactos telefónicos dos árbitros.
A arbitragem volta a estar no centro da polémica com duros ataques do FC Porto na sequência dos últimos jogos dos azuis e brancos, que têm velado críticas ao Conselho de Arbitragem, que tutela a arbitragem das provas portuguesas.
O jogo de Braga ficou marcado pela grave lesão de David Carmo, lance que ditou a expulsão de Luís Díaz (70), numa decisão polémica de Luís Godinho, após visionar as imagens, que motivou fortes protestos dos portistas. Uma agressão de Uribe a Esgaio provocou também a expulsão do médio dos dragões (90+7), pelo que os portistas terminaram o jogo reduzidos a nove.
