A arbitragem conheceu na última jornada um erro que foi confirmado pelo Conselho de Arbitragem mas que, diz Duarte Gomes, passou quase despercebido e mereceria uma reflexão, que ele mesmo a faz.

"Errar não é crime (quem nunca?) mas a credibilidade da classe também assenta na sua capacidade em discernir boas e más decisões quando há tempo, meios e condições para isso. E ali houve", elogiou Duar Gomes, sustentando que, ainda assim, se o erro, que foi reconhecido pela entidade que gere a arbitragem, tivesse acontecido num duelo mediático as coisas não 'passariam entre os pingos da chuva'.

"Se este erro tivesse acontecido no dérbi de Alvalade, num clássico a doer ou em qualquer outro jogo mais mediático, seria tema para meses e a arbitragem voltaria a ser chamuscada em praça pública."

Em artigo de opinião na Tribuna Expresso, o ex-arbitro referiu ainda que "se tivesse tido influência direta num qualquer resultado eliminatória ou campeonato... seria o fim do mundo".

"Porquê? Porque ninguém desconfiou, ninguém questionou e todos se conformaram. Mal", considera Duarte Gomes, esperando que as pessoas possam refletir sobre esta situação.

O Conselho de Arbitragem (CA), recorde-se, reconheceu que um golo do SC Braga foi mal anulado no jogo com o Moreirense, explicando que ocorreu devido a uma “deficiente calibragem técnica das linhas de fora de jogo”.

O lance ocorreu logo no início de jogo da 16.ª jornada, quando o resultado estava em 0-0, com um golo de Ricardo Horta a ser anulado por alegado fora de jogo do avançado.

“A deficiente calibragem técnica das linhas de fora de jogo originou a má avaliação de um lance de ataque do Sporting de Braga, aos dois minutos do jogo com o Moreirense. O jogador do Sporting de Braga encontrava-se em jogo por 1,18 metros e não em fora de jogo”, referiu o CA.