O antigo capitão do FC Porto recorreu à ironia para comentar as lesões no plantel do Sporting, com Sebastián Coates (inflamação no joelho direito), Pedro Gonçalves (inflamação no pé esquerdo) e Gonçalo Inácio (problemas físicos) afastados dos compromissos das seleções, em vésperas do clássico entre leões e dragões.

Este trio, preponderante nas opções de Rúben Amorim, esteve afastado dos treinos, nos últimos dias, a recuperar de mazelas. Também Matheus Nunes, convocado por Tite, selecionador do Brasil, ficou em Portugal, mas por motivos diferentes: a provável renúncia ao ‘escrete’, à espera de uma chamada de Fernando Santos, e questões relacionadas com os protocolos da pandemia e a obrigação de uma quarentena, visto que o médio ainda não foi vacinado.

Rodolfo Reis não comenta esta questão de Matheus Nunes, mas duvida da coincidência das lesões. “Quero dar os parabéns ao Sporting, pela sorte que teve em alguns jogadores se magoarem e não irem às seleções. A fortuna das lesões, com alguns jogadores, surgiu no caminho do Sporting”, começa por dizer.

“Não posso afirmar que os jogadores não estão magoados. Posso dizer é que o deus da sorte é sportinguista e conseguiu fazer com que quatro jogadores titularíssimos, que vão ter um jogo de capital importância, contra o meu FC Porto, no sábado, vão estar uma semana e meia, duas semanas, a recuperar, a treinar individualmente, escondidos do grande público, porque estão magoados e têm dói-dói. E porque têm dói-dói não podem ir às seleções”, ironiza, no programa Golos.

Para o antigo futebolista, o FC Porto não é o único prejudicado com esta situação. Sérgio Conceição viu-se privado de 14 internacionais e têm treinado com jogadores da equipa B, mas Jorge Jesus também não tem 14 jogadores convocados para as seleções, nesta paragem. Rodolfo Reis parece não compreender o silêncio destes clubes, perante as lesões leoninas.

“O Benfica também tem um jogo muito difícil e não teve o deus da sorte, como teve o Sporting, com alguns jogadores que ficaram com dói-dói. Contra o Santa Clara, o Benfica tem um jogo difícil, mas tem grandes probabilidades de o ganhar. E FC Porto ou Sporting podem ficar a cinco pontos do Benfica”, lembra, para destacar a importância do clássico entre o campeão e o vice-campeão, em Alvalade.

Sempre com um registo sarcástico, Rodolfo Reis critica o silêncio de dragões e águias, perante esta situação: “É importante eu dizer isto. Nem todas as equipas têm a sorte de ter dói-dói na coxinha, no pezinho... Não vejo o FC Porto tomar uma atitude, não vejo o Benfica a tomar uma atitude. É tudo normal, é tudo tranquilo, é tudo bom. E eu sigo esta tranquilidade”.

“Há um deus para tudo. E há um deus do Sporting que deu dói-dói no momento certo, na véspera de um jogo de capital importância contra o FC Porto. Quanto ao resto, cada um que se governe”, conclui Rodolfo Reis.

Octávio Machado, presente no estúdio, não entrou num registo irónico, mas colocou-se na pele de treinador certamente “preocupado” com a cedência de jogadores para as seleções, dias antes de jogos sempre decisivos no campeonato.

Citando o exemplo do Benfica, em particular na defesa (visto que Otamendi, Lucas Veríssimo e Vertonghen estiveram ao serviço das seleções, com os dois primeiros a enfrentar uma viagem intercontinental), Octávio defendeu que ter aquele trio daria muito mais garantias a Jorge Jesus do que as segundas escolhas.

“Se me disserem que Otamendi, Lucas Veríssimo e Vertonghen é a mesma coisa que Morato, Ferro e André Almeida... Posso estar enganado, mas não é a mesma coisa. Seja no FC Porto, no Sporting ou no Benfica, nestas situações penso como treinador. E estaria extremamente preocupado”, corroborou.

Sporting e FC Porto defrontam-se no próximo sábado, a partir das 20h30, no Estádio de Alvalade, em partida da quinta jornada da I Liga. Leões e dragões estão a dois pontos do Benfica, que se desloca aos Açores, também no sábado.

Os encarnados medem força com o Santa Clara a partir das 18h00 e em caso de vitória colocam pressão sobre os rivais na luta pelo título.