Portugal
"Não vi qualquer imagem de Pedro Pinho a agredir", diz Pinto da Costa
2021-04-28 22:30:00
Presidente do FC Porto acrescenta que o repórter de imagem da TVI "estava em zona interdita"

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, esclareceu que não viu a alegada agressão do empresário Pedro Pinho a um repórter de imagem da TVI, depois do jogo dos dragões com o Moreirense, para a 29.ª jornada da I Liga, realizado em Moreira de Cónegos. "Perguntei se havia algum problema e vim-me embora. Apercebi-me depois de uma confusão e verifiquei que era o senhor Pedro Pinho. O que vi foi ele a querer tirar a câmera e tapar a câmera ao repórter, que era da TVI, segundo me disseram", começou por esclarecer o dirigente.

"Eu não vi nenhuma agressão, nem vi ainda nenhuma imagem em que se veja Pedro Pinho a agredir seja quem for. O que eu vi foi Pedro Pinho a tapar a câmera para não filmar. Não digo que houve ou não. Eu não vi ainda nenhuma imagem em que se veja a agredir aquele senhor, que fique já esclarecido, apenas a tentar tirar a câmera e a tapar. Agora, qualquer ato de violência, o FC Porto e eu rejeitamos, censuramos e não podemos aceitar", afirmou o líder portista, em entrevista ao Porto Canal.

Solidário com o profissional da comunicação, Pinto da Costa alertou que o repórter estava a tentar filmar "em zona interdita", frisando de pronto que "Pedro Pinho esteve mal" ao tentá-lo impedir de trabalhar. "Seja jornalista, pedreiro ou médico, sou contra a violência e solidarizo-me com o senhor por aquilo que se passou, porque, de facto, [Pedro Pinho] tentou tirar-lhe a máquina. Ele estava a tentar filmar num sítio indevidamente, estava em zona interdita. Não podia estar lá, o Moreirense não o devia ter deixado estar lá e o Pedro Pinho esteve mal ao querer fazer as funções que cabiam ao Moreirense e ao delegado da Liga", reforçou.

A propósito da onda de indignação gerada pelo caso, o presidente do FC Porto apontou a mira ao Governo, devido ao "aparato" de figuras públicas que apareceram a "verberar" sobre o incidente, mas que ficam calados quando "há polícias que são agredidos barbaramente no seu local de trabalho". "O ministro já falou, o secretário de Estado já falou, o presidente do PSD já falou, toda a gente fala. O país quase parou e até o ministro da Educação veio dizer uma coisa absurda, que é por causa disto que é difícil haver público nos estádios. O senhor não deve estar bem. Deve estar perturbado por haver alunos sem aulas e professores sem serem vacinados", comentou.

Sobre as relações de Pedro Pinho com o FC Porto, Pinto da Costa esclareceu que o empresário "é portista, é sócio e não tem nenhum cargo" no clube, aproveitando para desmentir algumas informações que hoje foram circulando: "É empresário de futebol e trabalha com muitos clubes e não só com o FC Porto. Hoje ouvi que era exclusivo do FC Porto e ouvi que tinha faturado 16 milhões em cinco anos e fiquei assustado… É totalmente mentira. Em cinco anos, recebeu 3,3 milhões, mas acrescente-se que meteu 7,5 milhões nos cofres do FC Porto, com o empréstimo do Casemiro. Esteve envolvido nessa operação, o Real Madrid pagou-nos 7,5 milhões para o recuperar. O que se vê é tanta mentira que até fico assustado".

Na mesma entrevista, Pinto da Costa abordou o castigo de 21 dias de suspensão aplicado ao treinador Sérgio Conceição, garantindo que o FC Porto vai recorrer e afirmando que "a generalidade dos analistas" defendeu que os dragões foram "espoliados em três penáltis" no jogo com o Moreirense.