Frederico Varandas não escondeu a sua indignação, após o jogo do Sporting em Famalicão, que terminou empatado e ficou marcado por lances controversos de arbitragem, entre os quais um golo anulado a Coates, perto do fim.
“O videoárbitro teve influência em momento capital. Este lance final de anular o golo ao Coates nunca seria anulado num dos rivais, Benfica ou FC Porto”, disparou o presidente leonino, em declarações aos jornalistas.
Rui Jorge Rego considera a declaração legítima, compreende a frustração do dirigente máximo do emblema de Alvalade, mas espera que o Sporting tome medidas, que não se fiquem pelas reiteradas declarações iradas do seu presidente.
“Não, não se resolve assim. Compreendo a frustração que ele sente, naquele momento. Ele é sportinguista como nós. Mas aquilo não é a solução. Não é mau que ele o tenha dito, mas dali têm de surgir outras coisas”, defende o advogado, em entrevista à Antena 1.
No entanto, Rui Jorge Rego teme que o Sporting seja incapaz de “acabar com os poderes instalados”. “Não conseguimos acabar com os poderes instalados. Havia um poder instalado pelo FC Porto. O Benfica chegou, fez uma luta e instalou-se nesse poder. E nós, os outros clubes todos, não conseguimos que isso acabe. Não há isenção”, refere.
O ex-candidato considera ainda que Frederico Varandas tem razão quando fala em dualidade e quando faz um paralelo entre decisões de arbitragem contra o Sporting e outras que favorecem encarnados e dragões.
“O presidente do Sporting tem razão, quando diz que, se fosse o Benfica ou o FC Porto, provavelmente aquele golo do Coates não teria sido anulado, provavelmente o Pedro Gonçalves não teria sido expulso”, salienta, concentrando a análise na expulsão de Pote.
“O Pedro Gonçalves nem protesta de forma veemente. Aquilo é a frustração de ver a falta marcada. Aquilo é para segundo amarelo? Um árbitro com bom senso não é capaz de perceber que aquilo é uma reclamação normal? A rapidez com que ele tira o cartão do bolso... Os árbitros sabem. Ele sabia que era o segundo amarelo”, acusa.
Rui Jorge Rego – que já desempenhou funções de secretário da Mesa da Assembleia Geral da SAD, durante o mandato de Godinho Lopes, entre 2011 e 2013 – defende ainda que alguns jogadores do Famalicão, “depois do primeiro amarelo, passaram em tudo”. “E é isto que nos deixa revoltados”, completa.
O advogado de 48 anos suspeita de que exista má-fé de quem nomeia: “Quem lidera, quem nomeia, tem de ter bom senso. Às vezes, parece propositado, que é uma sensação de força, do género: ‘não gostas do árbitro? Então é este que vou nomear’”.
Apesar de todas as críticas, e deste empate que retirou margem de manobra à equipa de Rúben Amorim, há aspetos positivos a retirar, nesta caminhada leonina no campeonato.
“O Sporting é mais candidato ao título do que noutras temporadas. Tem demonstrado que é a melhor equipa”, conclui.