Portugal
“Não percebo os sportinguistas. Foram campeões e contestam o presidente”
2021-06-22 20:00:00
Lazlo Bölöni não compreende as críticas a Frederico Varandas, que pôs termo a um longo jejum leonino

O técnico romeno Lazlo Bölöni concedeu uma entrevista ao jornal A Bola, onde abordou a realidade leonina, numa época de sonho para o Sporting. O treinador deixa um comentário curioso, sobre o nível de exigência dos adeptos do emblema de Alvalade. E não compreende a contestação a Frederico Varandas, sobretudo depois do fim do jejum de títulos no futebol.  

“Por vezes, não percebo os sportinguistas”, afirma Bölöni, abanando a cabeça em tom de discordância. “Ainda agora foram campeões e alguns contestam o presidente. Não entendo, não entendo”, repete, numa alusão às ondas de contestação que persistem, oriundas do grupo de indefetíveis apoiantes de Bruno de Carvalho.  

Lazlo Bölöni entende que as conquistas da presente temporada – além do título de campeão nacional, a conquista da Taça da Liga, já para não falar dos títulos nacionais e europeus das modalidades, num ano dourado – deveriam ser mais do que suficientes para que a nação sportinguista ficasse unida. 

E sobre as conquistas da equipa orientada por Rúben Amorim, Lazlo Bölöni, que passou a ser o penúltimo treinador campeão em Alvalade, apenas tem elogios. “Gostava de felicitar os jogadores, a equipa técnica, os dirigentes e todos os que participaram na campanha e, obviamente, os sócios e a sua fidelidade ao clube”, apontou. 

E numa alusão à quebra da equipa do Sporting no final do campeonato, que suscitou dúvidas sobre a capacidade da equipa em terminar em primeiro, o técnico romeno lembra que “os adeptos nunca deixaram acreditar, “de amar o Sporting”.  

A celebração está feita e há que olhar o futuro. Daí que o técnico romeno, que mantém um carinho enorme pelo Sporting, alerte para a necessidade de algum investimento. Lazlo Bölöni recua no tempo, para que não se cometam os mesmos erros de há quase duas décadas.  

“Importante agora é que não invistam zero, como há 19 anos. Não podem esperar mais 19 anos para serem de novo campeões”, assinala. 

Num olhar ao FC Porto e ao Benfica, Lazlo Bölöni dedica elogios aos respetivos líderes, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira, dois “presidentes fantásticos”. “Tal como era o senhor Reinaldo Telles”, complementa, numa homenagem ao histórico dirigente portista, que morreu, vítima de covid-19. 

O treinador romeno não poderia deixar de falar de Cristiano Ronaldo, elogiando-o. E com uma história desconhecida: “O Cristiano tem uma arrogância e um egoísmo que são típicos dos avançados. O Quaresma gostava muito do espetáculo. O Cristiano também, mas estava mais focado em ser o melhor do mundo. Eu finalizava os treinos com os avançados. Centrava-me no Mário Jardel, no João Pinto, no Marius Niculae e nele. O Cristiano nunca superava o Jardel e não aceitava isso. Ele dizia ‘vamos mister, mais uma série, mais uma série’”, conta Lazlo Bölöni, ao jornal A Bola. 

Já noutra entrevista, ao L’Équipe, Bölöni fala de outro internacional português, também contando uma história de bastidores. Pepe fez testes de pré-temporada em Alvalade, quando representava o Marítimo. E “implorou” ao técnico romeno para ficar no Sporting. 

"O Pepe veio ver-me ao meu escritório e implorou, porque tinha muita vontade de ficar. Foi terrível para ele ter de fazer as malas", recordou Bölöni, que viajou pelo dia em que teve de se despedir de Pepe, que voltaria, então, ao Marítimo.