Portugal
"Não me esqueço do mal que Evangelista quis infligir ao Sporting"
2021-07-09 15:00:00
Ex-dirigente dos leões afirma que presidente do sindicato dos jogadores "está claramente a mais no futebol português"

Uma reportagem sobre “a suspeita promiscuidade” entre as autarquias de Lisboa e de Odivelas e o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) serviu de pretexto para Bruno Mascarenhas lançar um forte ataque a Joaquim Evangelista, que lidera o SJPF há 17 anos.

O ex-dirigente do Sporting não perdoa as intervenções públicas que Joaquim Evangelista teve na sequência do ataque à Academia de Alcochete, ocorrida a 15 de maio de 2018. Nessa altura, o sindicalista defendeu que os jogadores tinham direito a rescindir com justa causa. “Eu não me esqueço do mal que ele quis infligir ao Sporting quando tudo fez para que os jogadores, na sequência de Alcochete, apresentassem a rescisão”, sustentou Mascarenhas.

Assim, o ex-dirigente do Sporting associou a reportagem da RTP sobre “a suspeita promiscuidade” entre as duas autarquias e o SJPF à recente detenção do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, sempre com Joaquim Evangelista na mira.

“Vou agora assistir de palanque ao senhor Evangelista a defender Luis Filipe Vieira”, escreveu Bruno Mascarenhas, num artigo de opinião para o Leonino, intitulado ‘Filho de um polvo menor’, no qual recuperou a intervenção que fez, em representação do Sporting, numa Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol, realizada a 22 de junho de 2019.

“Já há dois anos era previsível este desfecho relativo a Luis Filipe Vieira. O senhor Evangelista, na sequência da minha intervenção, enfiou a carapuça e fez-me um ataque feroz, em defesa das suas damas: o Benfica e Luis Filipe Vieira”, continuou o ex-dirigente leonino.

Bruno Mascarenhas recordou que, na sequência do ataque a Alcochete, Joaquim Evangelista “tudo fez” para que os atletas do Sporting apresentassem a rescisão, “para mais inspirados nas cartas apresentadas pelos jogadores representados por Jorge Mendes”. “Evangelista, em vez de ter uma atitude correcta, conciliadora e compreensiva, defendeu publicamente o indefensável”, insistiu.

Com a detenção de Luís Filipe Vieira, no âmbito da Operação Cartão Vermelho, e “a suspeita promiscuidade” envolvendo o SJPF denunciada pela reportagem da RTP, “chegámos à triste, mas fatal conclusão de que ambos, Evangelista e Vieira, estão claramente a mais no futebol português”, acrescentou o ex-dirigente do Sporting.

“Os vícios, acumulados ao longo de quase duas décadas ininterruptas de liderança das respectivas instituições, são notórios e serão as próprias a expurgar as suas excrescências”, finalizou Bruno Mascarenhas.

De acordo com a reportagem emitida no programa ‘Sexta às 9’, a Câmara de Lisboa terá pago mais de um milhão de euros, nos últimos três anos, para que o SJPF arrendasse um campo, mesmo sem ter, no objeto social, uma atividade económica que lhe permitisse o arrendamento de instalações desportivas.

A autarquia lisboeta terá justificado a verba com a insuficiência de instalações desportivas em Lisboa. O SJPF acabaria por alugar o campo que era (e é) pretendido pelo FC Odivelas, campo esse que era utilizado até 2013 pelo Sporting, que “entendeu libertar” a estrutura no mandato da Direção de Bruno de Carvalho, da qual Bruno Mascarenhas fazia parte.